MAIA QUER PAUTAR PACOTE ANTICORRUPÇÃO NO PLENÁRIO ATÉ 9 DE DEZEMBRO
Propostas encampadas pelo MPF estão sendo analisadas por comissão.
Presidente da Câmara rebateu acusação de que a Casa tenta anistiar caixa 2.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou
nesta segunda-feira (7) que quer colocar em votação até 9 de dezembro, no
plenário principal da Casa, o pacote de medidas anticorrupção apresentado ao
Legislativo com mais de 2 milhões de assinaturas.
Mas ele ressalvou que as propostas podem ser
submetidas ao plenário antes mesmo dessa data, desde que a comissão criada na
Câmara para analisar o assunto conclua a análise dos projetos de forma célere.
"Assim que sair da comissão, ele, pacote
anticorrupção, está pronto para ir a plenário. Nosso compromisso é votar, no
máximo, até 9 de dezembro", destacou Maia.
Batizado de "Dez medidas contra a
corrupção", o pacote de propostas anticorrupção foi lançado pelo
Ministério Público Federal (MPF) em 2015.
Entre as ações sugeridas estão a criminalização do
enriquecimento ilícito de agentes públicos e do caixa dois e o aumento das
penas para corrupção de altos valores.
Caixa 2
A tipificação do caixa dois, mantida no relatório
elaborado na comissão pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é o ponto mais
polêmico do pacote anticorrupção.
O caixa dois é uma contribuição ilegal, dinheiro que
entra na campanha dos candidatos e que não é declarado formalmente à Justiça
Eleitoral.
Atualmente, o político que faz uso dele pode ser
punido por falsidade na prestação de contas, com pena de até 5 anos de prisão.
No entanto, não há na legislação brasileira o tipo penal "caixa
dois".
Geralmente, os políticos e partidos que são flagrados
usando em campanhas dinheiro que não foi declarado oficialmente são enquadrados
em outros crimes, como, por exemplo, lavagem de dinheiro.
Partidos oposicionistas como Rede e PSOL têm alertado
que há o risco de a medida criar uma anistia para os políticos e os partidos
que utilizaram no passado recursos não contabilizados em campanhas eleitorais.
Na visão de parlamentares dessas duas legendas, a
tipificação do crime poderia gerar punição só a partir do momento em que a lei
for sancionada.
Em setembro, houve uma tentativa de votar no plenário
da Câmara uma proposta que criminaliza o caixa dois. A proposta foi incluída na
pauta de última hora, após articulação de vários partidos, com o aval de
Rodrigo Maia.
Sob pressão de deputados da Rede e do PSOL, o texto
acabou retirado de pauta por decisão do deputado Beto Mansur (PRB-SP),
primeiro-secretário da Câmara, que presidia a sessão. A avaliação foi de que o
texto abriria margem para anistiar quem fez uso de contribuições ilegais em
eleições anteriores.
Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara contestou
a acusação de que há uma tentativa de manobra para anistiar políticos por meio
da tipificação do crime de caixa dois.
Maia disse que não foram os deputados, e sim os
brasileiros que assinaram o projeto de lei de iniciativa popular, que
propuseram a criminalização do uso de dinheiro não contabilizado em campanhas eleitorais.
“Não fomos nós que colocamos, foram os mais de 3
milhões de brasileiros que assinaram o projeto de lei.
Eles que colocaram a
criminalização do caixa dois em debate, não fomos nós”, disse Maia ao chegar à
Câmara nesta segunda-feira.
O deputado do DEM enfatizou que o plenário vai votar o
texto que for aprovado pela maioria dos integrantes da comissão especial criada
para analisar o pacote anticorrupção. “O texto que aprovar será o texto da
maioria.”
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário