terça-feira, 8 de novembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

ESPELHOS DA CORRUPÇÃO.

Nobres:
Os escândalos de corrupção que atingiram as principais lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), dentre elas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e os demais expoentes da legenda em todo o Brasil, provocaram a reprovação em escala do partido nas urnas nas eleições municipais deste ano. A única exceção ficou com o ex-senador Eduardo Suplicy que acabou eleito vereador por São Paulo com mais de 300 mil votos e levou com ele para a Câmara de Vereadores uma verdadeira bancada petista. O balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que o PT teve seu pior resultado na disputa por prefeituras de capitais nos últimos 20 anos, mas desde 2004 o partido perde prefeitos nas principais cidades do país, tanto que, naquele ano, foram nove eleitos em capitais, número que caiu para cinco em 2008 e chegou a quatro em 2012. Nas eleições deste ano, mergulhado em escândalos de corrupção, o PT conquistou apenas uma prefeitura de capital no primeiro turno, ainda assim, foi Rio Branco, no Acre, com a reeleição do atual prefeito Marcus Alexandre. Para agravar ainda mais a crise existencial petista, o partido conseguiu chegar ao segundo turno em apenas uma capital, Recife, onde as chances de eleição são remotas. Ainda assim, se vencer em Recife o PT vai igualar o desempenho de 1996, quando também conquistou duas capitais e se a previsão na capital pernambucana se confirmar, será o pior desempenho desde 1985, quando o Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger apenas a prefeita de Fortaleza, fazendo com que a petista Maria Luiza Fontenele fosse a primeira mulher a ser eleita prefeita de uma capital de Estado. Mesmo com os escândalos de corrupção expostos pela Operação Lava Jato e com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores entrou na disputa em 2016 com a esperança de ir ao segundo turno em quatro capitais, mas conseguiu apenas em Recife. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, o petista Fernando Haddad foi derrotado ainda no primeiro turno pelo tucano João Dória Júnior (PSDB), enquanto em Porto Alegre, o petista Raul Pont ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura e em Fortaleza, a petista Luizianne Lins não chegou nem ao segundo turno. Esse desempenho pífio do PT nas urnas pode ser atribuído a dois fatos: 1 – o fim do financiamento eleitoral por doações de empresas; 2 - as prisões de seus três últimos tesoureiros, do desgaste da imagem de Lula a partir das investigações da Operação Lavam Jato, e do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff. A situação é muito crítica para as lideranças petistas que viram o partido recuar de 638 prefeituras em 2012 para 256 cidades, ficando em décimo colocado no ranking dos partidos por prefeitos em todo o Brasil, ficando atrás de legendas como o PSD, que saltou de 495 para 539 prefeituras; do PP, que tinha 474 e agora tem 495 prefeitos; do PSB, que caiu de 434 para 414 governantes municipais; do PDT, que passou de 304 prefeituras para 334; PR, que saiu de 274 prefeituras para 295; DEM, que caiu de 276 para 265 e do PTB, que tinha 298 e agora tem 262 prefeituras. Se o PT saiu das eleições municipais 60% menor do que em 2012, o contrário ocorreu com o PSDB, que saiu do primeiro turno como o partido que mais cresceu na comparação com os resultados do pleito anterior. Em números absolutos de prefeituras conquistadas na eleição de domingo, os tucanos ficaram atrás apenas do PMDB, mas, ainda assim, o PSDB que elegeu 695 prefeitos há quatro anos conquistou nestas eleições 793 prefeituras, um crescimento de 14%, e ainda segue na disputa do segundo turno em dezenas de municípios. O PMDB, que não foi para o segundo turno no Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país, segue como o partido com maior número de prefeituras em todo o país. Ainda assim, o crescimento do PMDB nas urnas foi tímido nestas eleições, saltando de 1.021 prefeituras em 2012 para 1.028 prefeitos neste ano, um aumento de apenas 7 municípios. O mapa eleitoral brasileiro será fechado apenas com a realização do segundo turno, já que as eleições foram encerradas até o momento em 5.507 cidades, enquanto 55 municípios dependem da segunda votação e outros seis ainda dependem de decisão judicial. O fato é que nenhum outro partido encolheu tanto nas urnas neste ano quanto o PT e tudo indica que a legenda seguirá perdendo força em 2018 quando serão eleitos os novos deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente da República.
Antônio Scarcela Jorge.

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