terça-feira, 1 de novembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE







COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

DISSIMULADO CHOQUE ENTRE OS PODERES.

Nobres:
No ‘nosso’ Brasil, onde o domínio das forças políticas umbilicalmente ligadas as ações corruptas sob o comando do Presidente do Senado Renan Calheiros (nossa!)  foi por este produzido a “crise entre os poderes” . Partimos aos fatos: ao começar com a prisão de quatro policiais legislativos do Senado por agentes federais, a pedido de um juiz de primeira instância, por suspeita de sabotagem contra a Operação Lava Jato. Ao longo desta semana, com a reação furiosa do senador Renan Calheiros, presidente do Congresso, que atacou ao mesmo tempo membros do Judiciário e do Executivo, alastrou-se o inédito conflito entre os três poderes da República. Era só o que faltava na crise brasileira. Renan qualificou o juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, de "juizeco de primeira instância" e chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de "chefete de polícia". Foi o que bastou para provocar uma irada resposta da ministra Carmen Lúcia, que assumiu recentemente a presidência do Supremo Tribunal Federal, ao sair em defesa da magistratura e afirmar que a ofensa a qualquer juiz atingia também a ela. Alexandre de Moraes logo deu entrevista à imprensa para respaldar a ação dos agentes da Polícia Federal. O presidente Michel Temer, por sua vez, procurou se mantiver neutro em meio ao tiroteio, fazendo o papel de bombeiro. Conversou várias vezes com o presidente do Senado na tentativa de acalmar Renan e marcou uma reunião dos chefes dos três poderes, mas Carmen Lúcia recusou o convite. No centro de tudo, mais uma vez, está a Operação Lava Jato, prestes a fechar a temida delação premiada da Odebrecht, que cada vez mais ameaça levar Renan Calheiros e dezenas de parlamentares e políticos de todas as latitudes para fazer companhia a Eduardo Cunha, o ex-presidente da Câmara, em Curitiba. Renan sabe que é a bola da vez. Na mesma quarta-feira em que ele anunciou uma série de medidas judiciais para anular a Operação Métis, questionando no STF a ação da PF, que acusou de usar "métodos fascistas", e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a decisão do juiz Vallisney Oliveira, que autorizou as investigações na polícia do Senado, a ministra Carmen Lucia marcou para o próximo dia 3 de novembro o julgamento de uma ação que impede réus no Supremo de ocupar cargos na linha sucessória da Presidência. Um desses processos Renan é alvo de 12 inquéritos no STF _ em que  é acusado de receber dinheiro de empreiteira para pagar despesas da ex-amante com quem teve uma filha, foi finalmente liberado este mês para julgamento pelo ministro Edson Fachin, depois de esperar por nove anos nas gavetas do  tribunal. Carmen Lúcia, Renan Calheiros e Alexandre de Moraes estarão frente a frente numa reunião para discutir o Plano de Segurança. Recomenda-se mesmo segurança reforçada na conflagrada Praça dos Três Poderes, símbolo de uma Brasília em transe neste começo quente de primavera. É realmente que o país não leva a sério em vez de punir corruptos seletivos colocando-os na prisão como acontece de forma não isonômica a outros.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário