SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeMISTER DA CORRUPÇÃO.
Nobres:
Tornou-se comum vê tanta ladroagem dos políticos que
ostentam o poder deste país. A cada hora surge o novo escândalo envolvendo
esses “vermes” e que não estão nem aí. Trocaram de excelências por ladrões.
Neste sentido a corrupção interfere diretamente no bem-estar dos cidadãos,
diminuindo os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura,
segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e põe no lixo a
Constituição Federal quando amplia a exclusão social e a desigualdade
econômica. Nos últimos tempos vivemos em meio a um turbilhão de escândalos
públicos, o que tem sido uma situação constante desde a época em que éramos uma
simples colônia. Como diz o adágio popular vivemos na “casa da mãe Joana”. Caso
Mensalão rombo: R$ 55 milhões em 2005 na Câmara Federal; Caso Sanguessuga rombo
R$ 140 milhões em 2006 nas prefeituras e Congresso Nacional; Operação Lava
Jato, e tantas outras No entanto, a questão da corrupção no Brasil é muito mais
profunda. Essas operações da Polícia Federal são apenas uma pequena parte dos
casos que escapa ao controle plutocrático. A grande maioria das vezes fica as
escondidas nas entranhas do Poder (público). Temos a corrupção política, a
corrupção de servidores e de cidadãos desonestos. A corrupção sempre tem dois
lados, um corrompendo e outro sendo corrompido. É claro que a corrupção é mais
antiga que o capitalismo, mas ela encontrou neste sistema as condições ideais para
sua continuidade. Através da instituição da dominação forçada do capital sobre
o trabalho, a qual permite aos capitalistas a apropriação privada da mais valia
gerada pelo trabalho de outros seres humanos, uma das formas mais básicas de
corrupção passou a ser reconhecida legalmente na sociedade capitalista. A forma
moderna da corrupção precisa ser compreendida no contexto da injustiça
fundamental presente em todas as sociedades de classes: a injustiça no acesso
aos meios de produção, que constitui a origem da desigualdade social e está em
frontal contradição com os ideais de democratização, justiça social e
solidariedade entre os seres humanos. É por isso que, historicamente, a
corrupção é proporcionalmente maior em sociedades com maior injustiça social: onde
o contraste entre ricos e pobres é maior como é o caso do Brasil. Para dar
guarida a todos os tipos de corrupção foram criadas muitas palavras para
popularizar o ilícito: molhar a mão, jabaculê, faz-me rir, jabá, capilê, por
fora, taxa de urgência, rolo, esquema, peita, falcatrua, etc. Originalmente, a
palavra corrupção provém do latim Corruptione e significa corrompimento,
decomposição, devassidão, depravação, suborno, perversão, peita. No Brasil
impera a chamada Lei de Gérson, ou seja, o comportamento de querer “tirar
vantagem em tudo”, pressupondo que os sujeitos aguardam o máximo possível de
benefícios, visando exclusivamente o benefício próprio. Esse tipo de
comportamento, contudo, se adapta perfeitamente ao “espírito capitalista”, como
pré-condição esperada dos seres humanos numa sociedade centrada nos valores da
economia de mercado. Nossa tradição cultural, por diversas razões, criou um
ideal de cidadania política sem vínculos com a efetiva vida social dos
brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidadãos; na prática,
aprendemos que não é possível, nem desejável, comportarmo-nos como cidadãos. A
face política do modelo de identidade nacional é permanentemente corroída pelo
desrespeito aos nossos ideais de conduta. Ser brasileiro ideologicamente
falando, significa herdar a tradição democrática na qual somos todos iguais
perante a lei e onde o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade é
uma propriedade inalienável de cada um de nós; na realidade, ser brasileiro de
fato significa viver em um sistema socioeconômico injusto, onde a lei só existe
para os pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais são monopólio
dos poucos que têm muito, ou seja, das elites dominantes. O povo brasileiro vem
sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e
desesperança. É o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da
cultura e não querem converter-se ao cinismo das classes dominantes e de seus
seguidores. Deixam-se assim contagiar pela inércia ou sonham em renunciar à
identidade nacional, abandonando o país. Na segunda maneira, a mais nociva, o
indivíduo adere à ética da sobrevivência ou à lei do vale-tudo: pensa escapar à
delinqüência, tornando-se delinqüente como é notório e, isso que se vê no
Congresso e de vergonha especial no Senado.
Antônio
Scarcela Jorge.
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