domingo, 20 de novembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 20 DE NOVEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

ASSOMBROSA CARGA TRIBUTÁRIA.

Nobres:
Recorrendo as estatísticas para melhor instar aos nossos diletos leitores ao vivenciar o Brasil sendo transformado no país das incertezas em função do elevado grau de corrupção que no momento conhece. Vários fatores se disponibilizam o crescimento da carga tributária, que no ano passado ficou em 36% per capita do Produto Interno Bruto (PIB), representa 160 dias trabalhados por ano para se pagar tributos no Brasil. O mais revoltante não é pagar imposto, mas, sim, pagar e não receber contrapartida do governo em forma de serviços públicos de qualidade nas áreas da saúde, segurança, educação, transporte, saneamento, habitação, infraestrutura, esporte, cultura e lazer. Estudo da Relação da Carga Tributária Versus Retorno dos Recursos à População em Termos de Qualidade de Vida revela que entre os 30 países com a maior carga tributária do planeta, o Brasil é o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem estar da sociedade. A Austrália, seguida pela Coreia do Sul, Estados Unidos, Suíça e Irlanda, é os países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, em termos de melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos, mas o destaque mesmo fica para o Reino Unido, que deu um grande salto, em relação à sua posição anterior, passando do 17º para o 10º lugar. O Brasil, com arrecadação altíssima e péssimo retorno desses valores, fica atrás, inclusive, de países da América do Sul, como Uruguai e Argentina. Detalhe: do bolo tributário nacional, 69,96% são de tributos federais, enquanto os tributos estaduais correspondem a 24,71% e os tributos municipais por 5,33% e que até mesmo quem não paga imposto de renda recolhe impostos no consumo. Cálculo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário concluiu que o consumidor que compra carne bovina paga 17,47% de impostos; se optar pelo frango, a carga tributária será de 16,80%, enquanto o peixe tem 34,48% de impostos. Quem compra um quilo de sal desembolsa 29,48% em tributos e que sai do mercado com um quilo de trigo recolhe 34,47% em carga tributária. Não tem como escapar. Todo consumidor, independente da classe social que ocupe, banca a carga tributária brasileira já que os impostos estão embutidos em tudo, tanto que produtos como o arroz tem carga tributária de 17,24%, o óleo de soja tem 26,05%, a farinha tem 34,47% e o feijão tem 17,24%. Quem toma o tradicional cafezinho paga 36,52% de impostos sobre o quilo do pó e, pasmem, a carga tributária do açúcar é de 40,4%. Quem usa shampoo paga 44,20% de imposto, enquanto o sabonete tem carga tributária de 37%, o creme dental de 34,67% e o papel higiênico de cada dia têm impostos embutidos de 39,94%. No setor de serviços, a carga tributária não dá trégua, tanto que as passagens aéreas têm 18,65% de impostos, enquanto o transporte rodoviário interestadual de passageiros tem carga de 16,65%. No transporte urbano, o passageiro paga 22,98% em impostos e quando compra algum medicamento, a carga tributária chega a 36%. Na fatura mensal de água, o volume de impostos é de 24,02%, enquanto na telefonia é de 46,12% e no setor de energia elétrica chega a absurdos 48,28%. Isso é insano.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário