SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ASSOMBROSA CARGA TRIBUTÁRIA.
Nobres:
Recorrendo as estatísticas para
melhor instar aos nossos diletos leitores ao vivenciar o Brasil sendo
transformado no país das incertezas em função do elevado grau de corrupção que
no momento conhece. Vários fatores se disponibilizam o crescimento da carga
tributária, que no ano passado ficou em 36% per capita do Produto Interno Bruto
(PIB), representa 160 dias trabalhados por ano para se pagar tributos no
Brasil. O mais revoltante não é pagar imposto, mas, sim, pagar e não receber
contrapartida do governo em forma de serviços públicos de qualidade nas áreas
da saúde, segurança, educação, transporte, saneamento, habitação, infraestrutura,
esporte, cultura e lazer. Estudo da Relação da Carga Tributária Versus Retorno
dos Recursos à População em Termos de Qualidade de Vida revela que entre os 30
países com a maior carga tributária do planeta, o Brasil é o que proporciona o
pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem estar da sociedade. A
Austrália, seguida pela Coreia do Sul, Estados Unidos, Suíça e Irlanda, é os
países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, em termos de
melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos, mas o destaque mesmo fica para
o Reino Unido, que deu um grande salto, em relação à sua posição anterior,
passando do 17º para o 10º lugar. O Brasil, com arrecadação altíssima e péssimo
retorno desses valores, fica atrás, inclusive, de países da América do Sul,
como Uruguai e Argentina. Detalhe: do bolo tributário nacional, 69,96% são de
tributos federais, enquanto os tributos estaduais correspondem a 24,71% e os
tributos municipais por 5,33% e que até mesmo quem não paga imposto de renda
recolhe impostos no consumo. Cálculo realizado pelo Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário concluiu que o consumidor que compra carne bovina paga
17,47% de impostos; se optar pelo frango, a carga tributária será de 16,80%,
enquanto o peixe tem 34,48% de impostos. Quem compra um quilo de sal desembolsa
29,48% em tributos e que sai do mercado com um quilo de trigo recolhe 34,47% em
carga tributária. Não tem como escapar. Todo consumidor, independente da classe
social que ocupe, banca a carga tributária brasileira já que os impostos estão
embutidos em tudo, tanto que produtos como o arroz tem carga tributária de
17,24%, o óleo de soja tem 26,05%, a farinha tem 34,47% e o feijão tem 17,24%.
Quem toma o tradicional cafezinho paga 36,52% de impostos sobre o quilo do pó
e, pasmem, a carga tributária do açúcar é de 40,4%. Quem usa shampoo paga
44,20% de imposto, enquanto o sabonete tem carga tributária de 37%, o creme
dental de 34,67% e o papel higiênico de cada dia têm impostos embutidos de
39,94%. No setor de serviços, a carga tributária não dá trégua, tanto que as
passagens aéreas têm 18,65% de impostos, enquanto o transporte rodoviário
interestadual de passageiros tem carga de 16,65%. No transporte urbano, o
passageiro paga 22,98% em impostos e quando compra algum medicamento, a carga
tributária chega a 36%. Na fatura mensal de água, o volume de impostos é de
24,02%, enquanto na telefonia é de 46,12% e no setor de energia elétrica chega
a absurdos 48,28%. Isso é insano.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário