KÁTIA ABREU DIZ QUE QUER LIMITAR 'EFEITO CASCATA' EM AUMENTOS PARA JUÍZES.
Objetivo é derrubar liminar do CNJ que automatiza aumentos para juízes.
Comissão de senadores se reuniu com Cármen Lúcia nesta quarta-feira.
A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), relatora da comissão
do Senado que visa investigar o pagamento dos chamados “supersalários” na
administração pública, afirmou nesta quarta-feira (16) que também buscará
limitar o chamado “efeito cascata” nos aumentos salariais de juízes.
Após reunião com ministros de tribunais superiores,
ela disse que eles concordaram em derrubar uma decisão do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), órgão de controle do Judiciário, que tornam automáticos os
reajustes para magistrados com o reajuste do salário dos ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), que representa o teto para remunerar todos os
servidores.
Todos concordam que querem ficar livres da cascata. Muito
se usa o aumento do salário dos ministros do Supremo para engordar salários em
outras instâncias, inclusive, nos estados.
Os ministros do Supremo não querem mais ser usados por
uma corporação sindical, disse a senadora peemedebista.
Em janeiro de 2015, a pedido da Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB), o conselheiro do CNJ Gilberto Valente Martins
proferiu uma decisão liminar (provisória) determinando que todos os Tribunais
de Justiça estaduais reajustassem, de forma imediata, os salários de magistrados,
com base no aumento concedido à época para os ministros do STF.
Segundo Kátia Abreu, esses aumentos só poderiam
ocorrer por meio de leis aprovadas pelas Assembleias Legislativas em cada
estado.
“Nós precisamos que o CNJ defina sobre essa liminar
que autorizou essa cascata sem lei.
Se os desembargadores querem aumentar seus salários a
x% como é permitido do salário do Supremo, eles que aprovem em lei e não em
cascata.
Assim, cada estado vai estudar seu orçamento e vai
saber se é possível dar ou não. Existe o limite, mas não será obrigatório e
automático”, explicou.
Como presidente do CNJ, cabe à ministra Cármen Lúcia,
presente na reunião com Kátia Abreu, pautar novamente esse processo para uma
decisão definitiva sobre o efeito cascata, a ser tomada pelos 15 conselheiros
do órgão.
Ações no STF e CNJ
Junto com outros senadores, Abreu se reuniu com Cármen
Lúcia, e os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, e do Tribunal Superior do
Trabalho, Ives Gandra Martins Filho.
Participaram do encontro os senadores Magno Malta
(PR-ES), Kátia Abreu (PMDB-TO), Otto Alencar (PSD-BA), José Pimentel (PT-CE),
Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Os parlamentares integram uma comissão formada na semana
passada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para investigar o
pagamento de salários acima do teto permitido pela Constituição a servidores
públicos, chamados de "supersalários".
A Constituição Federal estabelece que o maior
vencimento mensal pago a um servidor público não pode ultrapassar o que recebe
um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, o valor limite é de R$
33.763.
Na reunião, segundo Kátia Abreu, ficou acertado que o
STF fará um levantamento de todos os julgamentos em que se discutiu o teto de
salários.
O objetivo é que o STF aprove uma súmula vinculante,
decisão que torna obrigatório o cumprimento do teto por todos os órgãos
públicos.
Outra preocupação é colocar em pauta no STF uma ação
da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) que pede o reconhecimento
do direito ao auxílio-moradia para a categoria.
Na semana passada, o relator, ministro Luís Roberto
Barroso, liberou o processo para julgamento em plenário. Cabe a Cármen Lúcia
definir uma data para decidir sobre o pedido.
Também presente na reunião, o senador José Pimentel
(PT-CE) negou que o objetivo da comissão seja colocar a sociedade contra o
Judiciário.
De forma alguma.
O Brasil está discutindo um teto de
gastos e é necessário que todos dêem sua contribuição naquilo que não tem
previsão constitucional.
Nós estamos votando uma emenda constitucional que
retira recursos da saúde pública e da educação brasileira. Portanto é hora
discutir todas essas questões, afirmou.
Fonte: G1 – DF.
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