SENADO APROVA URGÊNCIA PARA PROJETO DE ABUSO DE AUTORIDADE.
Medida
permite votação após 4 sessões; acordo prevê em 6 de dezembro.
Antes
de análise, tema será debatido em audiências com MP e Sérgio Moro.
O Senado aprovou
nesta terça-feira (22) um requerimento, assinado por líderes partidários, que
coloca em regime de urgência o projeto que endurece as punições para
autoridades que cometem abuso.
Com a aprovação
do regime de urgência, o projeto pode ser colocado em votação no plenário após
quatro sessões, segundo o Regimento Interno do Senado.
Mas o calendário
anunciado pelo presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), autor da proposta, prevê a
votação no próximo dia 6, conforme acordo entre os líderes partidários.
O relator da
proposta, senador Roberto Requião (PMDB-PR), que também defende a medida, ainda
não apresentou parecer sobre o projeto.
Senadores contrários
à proposta argumentam que o projeto poderá inibir as investigações da Operação
Lava Jato.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o juiz Sérgio Moro, responsável
pela Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, também são contrários
ao projeto.
Investigado pela
Lava Jato, Renan Calheiros vem defendendo a proposta. Para ele, a atual
legislação sobre o abuso de autoridade, que tem mais de 50 anos, está “gagá” e
precisa ser “atualizada”.
Nesta terça, ele
disse que a proposta é importante para a evolução do país. “É muito importante
que o Brasil evolua em relação aos outros países no sentido de que nós possamos
punir, esteja onde estiver, o abuso de autoridade e há um esforço do Senado no
sentido de que isso aconteça até o dia 15”, disse.
No entanto, o
texto tem sido criticado por parlamentares e integrantes do Ministério Público
que acreditam que o projeto pode atrapalhar investigações que envolvam
políticos.
Nesta
quarta-feira (23), o Senado realizará uma sessão temática para discutir a
proposta.
Foram convidados
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal, e o presidente da OAB, Cláudio Lamachia.
Em uma segunda
sessão de debates, prevista para 1º dezembro, está entre os convidados o juiz
Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça
Federal.
O projeto
A proposta prevê
pena de um a quatro anos de prisão, além do pagamento de multa, para delegados
estaduais e federais, promotores, juízes, desembargadores e ministros de
tribunais superiores que ordenarem ou executarem "captura, detenção ou
prisão fora das hipóteses legais".
O texto também
prevê punição para a autoridade que recolher ilegalmente alguém a uma
carceragem policial e deixar de conceder liberdade provisória ao preso – com ou
sem pagamento de fiança – nos casos permitidos pelo Código Penal.
A proposta
também estabelece pena de um a quatro anos para a autoridade policial que
constranger o preso, com violência ou ameaças, para que ele produza provas
contra si mesmo ou contra terceiros.
Outros crimes de
abuso de autoridade previstos pela proposta:
- Invadir,
entrar ou permanecer em casas de suspeitos sem a devida autorização judicial e
fora das condições estabelecidas em lei (pena de 1 a 4 anos);
- Promover
interceptação telefônica ou de dados sem autorização judicial ou fora das
condições estabelecidas no mandado judicial (pena de 1 a 4 anos);
- Obter provas,
durante investigações, por meios ilícitos (pena de 1 a 4 anos);
- Dar início a
persecução penal sem justa causa fundamentada (pena de 1 a 5 anos);
- Não fornecer
cópias das investigações à defesa do investigado (pena de seis meses a 2 anos).
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