quarta-feira, 9 de novembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 09 DE NOVEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE







COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

DESTROÇO DO PETISMO.

Nobres:
Ao chegar o poder em 2002 elegendo Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) tratou logo de construir um projeto de poder com o objetivo de garantir a reeleição, o que acabou ocorrendo em 2006, a sucessão, fato consolidado em 2010 com a eleição da petista Dilma Rousseff e a reeleição, fato ainda consumado em 2014 com a mesma Dilma. O projeto de poder consistia em preparar a candidatura petista para 2018, onde Luiz Inácio Lula da Silva, agora réu em três inquéritos federais da Operação Lava Jato, retornaria triunfante aos braços do povo. As escolhas erradas que o partido fez, sobretudo ao confundir o público com o privado e instalar uma verdadeira organização criminosa no comando de empresas estatais e ministérios, levaram o PT à derrocada, situação que se antecipou com o impeachment de Dilma Rousseff após o Brasil mergulhar na sua mais profunda crise financeira, com aumento do desemprego e a volta da inflação. Com a realização do segundo turno, é possível analisar o que restou para o PT. Em 2012 o Partido dos Trabalhadores governava 638 cidades que somavam 24,2 milhões de habitantes e saiu dessas eleições com apenas 254 prefeituras, somando 7,6 milhões de pessoas. Detalhe: o PT saiu como o grande derrotado, perdendo nas sete cidades onde foi para a disputa no segundo turno e, entre todas as capitais brasileiras, os petistas vão governar apenas a nanica Rio Branco, no Acre. O segundo turno das eleições municipais proporcionou ao PT o pior desempenho em capitais desde 1985, com apenas um prefeito eleito e perdendo sete de cada dez votos que conquistou em 2012. Ao ver seu colégio eleitoral ser reduzido de 24.261.376 de votos em 2012 para poucos mais de 7,6 milhões em 2016, o Partido dos Trabalhadores também assistiu à perda de prefeituras importantes como a de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, de capitais importantes e de grandes cidades em regiões onde a sigla acumulava bons resultados desde a década de 90 como, por exemplo, no Nordeste e no ABC Paulista onde a legenda perdeu todas as prefeituras que comandava. Com isso, o PT despencou de terceiro lugar no ranking de prefeituras, onde estava atrás apenas do PSDB e do PMDB, para a 11ª colocação, atrás de legendas menores como o PP, PSD, PR, PSB e PTB. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde o Partido dos Trabalhadores chegou a dominar a cena política municipal quando José Orcírio Miranda dos Santos comandou o Parque dos Poderes, nas eleições deste ano, a legenda não conseguiu emplacar um único prefeito. De quebra, ainda viu seu principal concorrente no Estado, o PSDB, triplicar o total de prefeituras de 12 para 36 cidades, mesmo que os tucanos tenham amargado derrotas simbólicas em Dourados e Campo Grande. No cenário nacional, o PT viu a votação do PSDB crescer 11%, saltando de 19.523.898 para 21.733.680 e chegar ao ponto de comandar 24% do eleitorado do país, sete das 26 capitais estaduais, inclusive a paulista. O PMDB, de o Presidente Michel Temer, que detém o título de partido com maior número de prefeituras em todo o país, perdeu 1.421.667 votos de uma eleição para outra, uma queda de 7,6%, de forma que a legenda cresceu em quantidade, mas encolheu em qualidade de colégio eleitoral. Entre as eleições municipais de 2012 e 2016, a composição dos partidos em volume de habitantes governados ficou da seguinte forma: PSDB saltou de 19.523.898 para 21.733.680, seguido pelo PMDB que caiu de 18.654.619 de habitantes para 17.232.952. O PSB governava cidades que somavam 10.357.846 de moradores em 2012 e hoje comanda 10.283.810, enquanto o PSD viu sua população governada passar de 6.543.039 para 9.165.019. O PDT também comemora crescimento no número de governados, que passou de 7.783.559 para 8.045.545, enquanto o PRB saltou de 2.672.710 para 6.160.331, o PR de 4.231.135 para 6.092.206, o PP viu o total de governados cair de 6.131.268 para 5.891.565 e o DEM ficou estável com 5.358.556 de governados em 2012 para 5.392.747 neste ano. Outras legendas como o PTB viu o número cair de 4.418.281 para 3.873.299, o PPS viu saltar de 2.792.847 para 3.471.471 e o PHS que passou de 315.515 para1.573.832 com a eleição de Alexandre Kalil, em Belo Horizonte. Esse novo cenário político revela que o projeto de poder elaborado pelo Partido dos Trabalhadores, levando o país para um socialismo fajuto, foi à bancarrota e que a sociedade começa a buscar novos projetos para construir um futuro diferente.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário