terça-feira, 15 de novembro de 2016

LAVA JATO A TEMERIDADE DOS CORRUPTOS








LAVA JATO E AÇÃO NO TSE MANTÊM RECEIO NO PLANALTO NOS SEIS MESES DE GESTÃO TEMER.

As possibilidades de cassação do mandato na Justiça Eleitoral assombram a gestão de Michel Temer; possíveis acordos de delação podem piorar cenário.

A troca de governo, definitivamente confirmada no final de agosto, por um lado melhorou sensivelmente a relação entre Planalto e Congresso, o que permitiu ao presidente avançar com sua principal proposta a criação de um teto de 20 anos para conter a expansão dos gastos públicos, que já passou na Câmara e deve receber o aval do Senado em dezembro.

Por outro lado, não foi capaz de encerrar a instabilidade política, já que a incerteza quanto aos próximos capítulos da Lava Jato continua a rondar a Praça dos Três Poderes. Além disso, a pendência de uma ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa eleita em 2014 (Dilma/Temer) por supostas irregularidades na campanha é outro foco de risco para o governo.

Diante disso, têm aumentado nas últimas semanas as especulações sobre uma possível interrupção de a administração Temer.

Mas, embora essa possibilidade não possa ser totalmente descartada, não parece o cenário mais provável, acredita o cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências
.
Isso porque, explica ele, a Constituição prevê que o presidente não pode sofrer impeachment por fatos anteriores ao seu mandato, o que reduziria os riscos relacionados às delações.

Quanto ao TSE, Cortez avalia que o alto custo político de uma nova troca presidencial tende a suspender o desfecho da ação.

Se a chapa for cassada ainda neste ano, teria que ser convocada uma nova eleição direta. Já se for derrubada a partir de janeiro, o Congresso escolheria o próximo presidente. Em ambos os casos, o novo mandatário governaria até 2018.

O que evita a eventual cassação da chapa é justamente essa dimensão informal das relações da Justiça eleitoral com o mundo político.

Porque em boa medida o que vai prevalecer é o custo político muito elevado de uma eventual nova transição presidencial em meio a um cenário de crise econômica e de incerteza em relação a quem vai assumir, observa Cortez.

Acho que o efeito principal dessas duas agendas (Lava Jato e TSE) é um pouco limitar o capital político do Temer e, por conseqüência, limitar a governabilidade, especialmente aos olhos da agenda econômica, acrescenta Cortez, destacando os desafios que o governo ainda pode enfrentar para aprovar propostas polêmicas, como a reforma da Previdência.
Fonte: Agência Brasil.

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