SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeCRISE DA VERGONHA.
Nobres:
Antes se dizia, e até certo ponto com razão, que a
Justiça Criminal só agia com eficiência contra o três "Ps", isto é,
justiça contra os pobres. Esse quadro mudou. A partir do Mensalão, empresários,
banqueiros e políticos de alto escalão passaram a sentir os efeitos do Direito
Penal. Lá sob a relatoria do então ministro Joaquim Barbosa, aqui (Lava Jato)
com o juiz Sérgio Moro, implantou-se uma justiça ética e que assim seja.
Avanços são necessários e imperativos. Apenas para reforçar a assertiva acima,
não se tinha conhecimento da prisão de Senadores, Deputados, ex-ministros,
inúmeros políticos, marqueteiros e integrantes da elite do empresariado
brasileiro; do indiciamento de ex-presidente da república e da prisão do
ex-presidente da Câmara Federal, de um Procurador de Justiça que até há pouco
tempo exercia a chefia do Parquet do seu Estado, além da prisão de outros
figurões. Isso é inédito na nossa história. O que é péssimo de um lado, porque
revela a podridão por que passa o nosso País, mas, de outro, é positivo, porque
vem a confirmar que as instituições estão funcionando como nunca e ainda
fortalece o firme propósito de passar o País a limpo. E mais, muita coisa está
por vir. A imprensa já divulgou o nome de vários políticos apontados pelas
delações. Não bastasse a delação do empresário Marcelo Odebrecht e de 50
executivos e funcionários da respectiva empresa, vão engrossar ainda mais a
lista de graúdos envolvidos com o mundo do crime organizado, da corrupção, que
vêm solapando os interesses da sociedade brasileira. Crimes em alta escala. Isso
incomoda e muito! Mas por outro lado o Congresso, tenta barrar as ações do “Lava
Jato” com o propósito de implantar uma Lei que “dês” estima abuso de autoridade
com o objetivo tão somente do impetuoso e vergonhoso presidente do Senado, que
deveria está sendo preso, como muitos estão encarcerados pelas suas ações escandalosas e reincidentes
a frente do Senado e antes o empenho corrupto desde que ascendeu o poder aliado
ao ex-presidente Collor de “saudosa memória” para o povo brasileiro. O medo,
aliás, de vários juristas, decorre do fato de que essa iniciativa está mais
preocupada em barrar a Lava Jato do que aperfeiçoar o sistema normativo penal.
É como diria o ditado popular, atira-se contra um objeto, quando o alvo é
outro. A preocupação procede. O desejo de esvaziar a Lava Jato e essa nova
Justiça Criminal que está sendo implantada é evidente. Salta aos olhos de
qualquer um. Isso não significa que o sistema normativo, em especial o penal e
o processo penal, não precisa ser atualizado para acompanhar a dinâmica dos
fatos. O momento é que não é oportuno, sobretudo quando defendida por alguém
que está sendo investigado. Diga-se de passagem, Renan Calheiros. Extrai-se
desse quadro, com efeito, que a preocupação não é com o interesse geral, mas
sim com interesses pessoais. Isso tudo vem gerando embates perigosos entre as
instituições. A recente manifestação do senador Renan Calheiros chamando o juiz
federal que decretou a prisão de policiais legislativos e a busca e apreensão
no interior do Senado de "juizeco de primeira instância" e o Ministro
da Justiça de "chefete de polícia", só serve para incrementar esse
embate institucional, o que não é bom para o País. Seria o caso de
"repreender o juiz" ou a personagem que sugere? Nesse embate só há um
ganhador: o infrator graúdo, o que anteriormente se denominava de
"criminoso do colarinho branco e ou/ collar crimes". Isto é uma
vergonha para o nosso país.
Antônio
Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário