SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeALIENADOS IDEOLOGICAMENTE.
Nobres:
É deveras estarrecedor o que passa neste momento a
educação, mais especificamente focado o ensino médio atribuição pertinente aos
estados e a união, com desordeiros como são, invadindo escolas numa clara
alusão o lulopetismo, xiitas do castrismo com o pretexto de serem estudantes
bagunceiros e invasores da imoralidade. Quem país é este? Jamais imaginávamos
vivenciar cenas gritantes e deprimentes. Tínhamos da escola como portão de
entrada para discorrer o caráter pessoal e normatizar a educação em todos os sentidos.
Dentro deste contexto, retornarmos ao pretérito onde trouxemos a sorte de
passar grande parte da vida estudantil em escola pública. Foi uma época de
ouro, marcada pela presença de excelentes professores dignos, bem-pagos e
respeitados nos quais nos agarrávamos feito piolhos sedentos de sabedoria. Falo
de professores na acepção mais nobre da palavra; mestres de recheio
consistente; de conhecimentos acumulados ao longo de suas vidas; profissionais
dedicados de corpo e alma ao ofício de ensinar. Generosos, simpáticos e
atenciosos, esses professores tinham uma coisa engraçada: sabiam manter a
distância, jamais se tornavam muito “amiguinhos” nossos – o que fazia a
diferença. Funcionava assim: professores lá em cima e alunos cá embaixo, ajuntando
forças para subir a escada. Nos degraus, livros, provas, leituras
complementares. Os resultados se mediam pelas notas do boletim, pela ralação,
pelo caráter e pela atitude do aluno em sala de aula. Só muito mais tarde fomos
entender como isso é importante e continua valendo em países onde a educação é
mesmo prioridade. Mudaram as aparências, ficou a essência da arte de ensinar. Infelizmente,
essa geração que ocupa as escolas nasceu num tempo esquisito. Por exemplo:
acham-se muito importantes, politizados e inteligentes, embora sejam incapazes
de externar seus sentimentos de maneira lógica e razoável numa redação de 30
linhas. Acham-se também no direito de conversar ao celular durante as aulas; de
quebrar carteiras, de pichar palavras de ordem nas paredes públicas e de
esticar seus dedinhos afrontando os narizes dos adultos. Operam no modo
massificado e confuso, quase sempre repetindo o que ouviram da boca de certos
professores estes, cúmplices e responsáveis pela bagunça ideológica e
inconseqüente que inflama a garotada e aos 16 anos todos têm o direito de ser
ingênuos, só não podem ser bestas. Para piorar, os pequenos bárbaros
sustentados por mesadas paternas cresceram durante a gestão de um Presidente da
República que, entre um gole e outro de cachaça, pontificava: “Eu não gosto de
ler. Eu sou muito preguiçoso; acho que só li um livro em toda a minha vida”. E
gargalhava, para delírio da militância. O país inteiro soube depois que tal
indivíduo não era assim tão preguiçoso na hora de conferir extratos bancários,
letras miúdas de contratos milionários, rentáveis equações matemáticas, gordos
percentuais financeiros e arranjos gramaticais secretos em qualquer idioma. No
meio da meninada deve circular meia dúzia de idealistas, porém que cometem o
pecado básico que esculhamba a dialética: fecham-se como ostras diante do menor
contraditório, carimbando de imediato seu interlocutor com a rasteira
exclamação “fascista!”. Então, tá. Fazer revolução assim é mole. “Meninos,
ocupem suas cabeças, não suas escolas. Não percam tempo com ideais de gente
velha, tentando tirar proveito de suas ilusões. O futuro profissional de vocês
hoje é o mundo inteiro, não mais apenas o Brasil. No exterior estão lá, pesquisando
caladinhos, absorvendo o máximo dos professores, metendo a cara nos livros e
aprendendo enquanto vocês ficam aqui quebrando escolas e tomando cacete da
polícia. Desse jeito, vocês só vão arrumar trabalho se forem filhinhos de papai
ou apadrinhados por algum político, dependendo destas “boquinhas pra viverem que
é, aliás, a forma mais arcaica, reacionária e injusta de “vencer na vida”. Este
é Brasil se nada pode mudar.
Antônio
Scarcela Jorge.
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