sexta-feira, 4 de novembro de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2016

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

ALIENADOS IDEOLOGICAMENTE.

Nobres:
É deveras estarrecedor o que passa neste momento a educação, mais especificamente focado o ensino médio atribuição pertinente aos estados e a união, com desordeiros como são, invadindo escolas numa clara alusão o lulopetismo, xiitas do castrismo com o pretexto de serem estudantes bagunceiros e invasores da imoralidade. Quem país é este? Jamais imaginávamos vivenciar cenas gritantes e deprimentes. Tínhamos da escola como portão de entrada para discorrer o caráter pessoal e normatizar a educação em todos os sentidos. Dentro deste contexto, retornarmos ao pretérito onde trouxemos a sorte de passar grande parte da vida estudantil em escola pública. Foi uma época de ouro, marcada pela presença de excelentes professores dignos, bem-pagos e respeitados nos quais nos agarrávamos feito piolhos sedentos de sabedoria. Falo de professores na acepção mais nobre da palavra; mestres de recheio consistente; de conhecimentos acumulados ao longo de suas vidas; profissionais dedicados de corpo e alma ao ofício de ensinar. Generosos, simpáticos e atenciosos, esses professores tinham uma coisa engraçada: sabiam manter a distância, jamais se tornavam muito “amiguinhos” nossos – o que fazia a diferença. Funcionava assim: professores lá em cima e alunos cá embaixo, ajuntando forças para subir a escada. Nos degraus, livros, provas, leituras complementares. Os resultados se mediam pelas notas do boletim, pela ralação, pelo caráter e pela atitude do aluno em sala de aula. Só muito mais tarde fomos entender como isso é importante e continua valendo em países onde a educação é mesmo prioridade. Mudaram as aparências, ficou a essência da arte de ensinar. Infelizmente, essa geração que ocupa as escolas nasceu num tempo esquisito. Por exemplo: acham-se muito importantes, politizados e inteligentes, embora sejam incapazes de externar seus sentimentos de maneira lógica e razoável numa redação de 30 linhas. Acham-se também no direito de conversar ao celular durante as aulas; de quebrar carteiras, de pichar palavras de ordem nas paredes públicas e de esticar seus dedinhos afrontando os narizes dos adultos. Operam no modo massificado e confuso, quase sempre repetindo o que ouviram da boca de certos professores estes, cúmplices e responsáveis pela bagunça ideológica e inconseqüente que inflama a garotada e aos 16 anos todos têm o direito de ser ingênuos, só não podem ser bestas. Para piorar, os pequenos bárbaros sustentados por mesadas paternas cresceram durante a gestão de um Presidente da República que, entre um gole e outro de cachaça, pontificava: “Eu não gosto de ler. Eu sou muito preguiçoso; acho que só li um livro em toda a minha vida”. E gargalhava, para delírio da militância. O país inteiro soube depois que tal indivíduo não era assim tão preguiçoso na hora de conferir extratos bancários, letras miúdas de contratos milionários, rentáveis equações matemáticas, gordos percentuais financeiros e arranjos gramaticais secretos em qualquer idioma. No meio da meninada deve circular meia dúzia de idealistas, porém que cometem o pecado básico que esculhamba a dialética: fecham-se como ostras diante do menor contraditório, carimbando de imediato seu interlocutor com a rasteira exclamação “fascista!”. Então, tá. Fazer revolução assim é mole. “Meninos, ocupem suas cabeças, não suas escolas. Não percam tempo com ideais de gente velha, tentando tirar proveito de suas ilusões. O futuro profissional de vocês hoje é o mundo inteiro, não mais apenas o Brasil. No exterior estão lá, pesquisando caladinhos, absorvendo o máximo dos professores, metendo a cara nos livros e aprendendo enquanto vocês ficam aqui quebrando escolas e tomando cacete da polícia. Desse jeito, vocês só vão arrumar trabalho se forem filhinhos de papai ou apadrinhados por algum político, dependendo destas “boquinhas pra viverem que é, aliás, a forma mais arcaica, reacionária e injusta de “vencer na vida”. Este é Brasil se nada pode mudar.
Antônio Scarcela Jorge.

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