quinta-feira, 10 de novembro de 2016

NO MUNDO BRASILEIRO DA CORRUPÇÃO










TSE MARCA ACAREAÇÃO ENTRE EXECUTIVO DA ANDRADE E EX-TESOUREIRO DE DILMA.

Petista afirmou ao TSE que construtora doou R$ 1 mi à campanha via Temer.

Tribunal quer apurar eventuais imprecisões no depoimento de Otávio Azevedo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para a próxima quinta-feira (17) uma acareação entre o ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo um dos delatores da Lava Jato e o ex-ministro e prefeito eleito de Araraquara (SP) Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 e é investigado pela operação.

A acareação foi marcada após a defesa de Dilma afirmar em um documento enviado ao TSE que a Andrade Gutierrez doou R$ 1 milhão à chapa da petista, em 2014, por meio do PMDB.

A petição foi protocolada na Justiça Eleitoral nesta terça (8). Segundo os advogados da ex-presidente, o dinheiro da doação foi depositado na conta de campanha do presidente Michel Temer, que, à época, era o candidato a vice de Dilma.

Em depoimento ao TSE em 19 de setembro, Azevedo disse que doou R$ 1 milhão ao PT em março de 2014 e o dinheiro foi repassado em julho para a campanha petista à reeleição. 

De acordo com o empresário, o valor doado ao PT seria parte de um acordo no qual a construtora se comprometeu a passar 1% dos contratos que mantinha com o governo federal a título de propina.

Azevedo contou que, ao todo, a Andrade Gutierrez doou mais de R$ 20 milhões para o PT.

O empresário também admitiu que a construtora doasse mais de R$ 2 milhões para o PMDB e para a conta do vice. Ele, no entanto, ressaltou aos investigadores que não houve pressão para o repasse dos valores.

Para o juiz Bruno César Lorencini que auxilia o relator no TSE das ações apresentadas pelo PSDB pedindo a cassação da chapa Dilma - Temer, há "efetiva existência de divergência" no depoimento de Otávio Azevedo.

"Assim sendo, ante a efetiva existência de divergência sobre o fato em questão, designo para o dia 17/11/2016, às 18 horas, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (Brasília/DF), audiência para a acareação entre as testemunhas Edson Antonio Edinho Silva e Otávio Marques de Azevedo", decidiu o magistrado, que trabalha com o corregedor do TSE, ministro Herman Benjamin nas ações.

O magistrado, no entanto, rejeitou pedido da defesa de Dilma para que o tribunal solicitasse ao Ministério Público a abertura de uma investigação para apurar se o ex-presidente da Andrade Gutierrez cometeu o crime de falso testemunho ao afirmar que o dinheiro doado à campanha foi obtido com recursos desviados da Petrobras.

Segundo o juiz, o MP atua nas ações do TSE e pode ter acesso ao episódio pelo processo.

"Indefiro o pedido da representada Dilma Rousseff no sentido de que seja expedido ofício ao Ministério Público para a apuração de falso testemunho cometido pelo Sr. Otavio Marques de Azevedo, uma vez que o órgão ministerial atua como custos legais nos presentes autos e tem pleno conhecimento sobre os fatos aqui tratados", ressaltou o magistrado no despacho.

Versão de Temer.

Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta quarta-feira (8), Michel Temer disse que a doação foi legal e que a empresa procurou o tesoureiro de campanha do PMDB "espontaneamente".

“Imagine você que o que entrou na conta para campanha do vice-presidente foi R$ 1 milhão, que a empresa veio a nós durante a campanha, ao tesoureiro da campanha, e ofereceu uma colaboração de R$ 1 milhão, espontaneamente.

Não tenho nenhuma preocupação com isto. Sou extremamente obediente às instituições”, afirmou Temer.

"Então o que é que fazem aqueles que acham que ainda podem atingir a figura do vice-presidente. Ah, o vice-presidente é responsável, recebeu R$ 1 milhão lá e não disse como recebeu.

“Eu estou dizendo que foi espontaneamente concedido à campanha e, portanto, tentam jogar em cima do vice-presidente para ver se o vice-presidente é afastado, mas isso não acontecerá”, complementou o presidente na entrevista.

Procurada pelo G1, a Presidência informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, pois não responde por atos do partido nem de campanha de Temer.
Fonte: G1 – DF.


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