Paulo Ferreira integra lista com executivos e servidores da Petrobras.
Ação penal investiga irregularidades descobertas na 31ª fase da Lava Jato.
O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT)
Paulo Ferreira e mais 13 acusados viraram réus em processo que apura
irregularidades nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo
Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro.
A denúncia
foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) e
aceita pelo juiz Sérgio Moro.
As obras foram o foco da 31ª fase da Operação Lava
Jato, desencadeada em julho deste ano.
De acordo com o MPF, o Consórcio Novo Cenpes pagou R$ 20
milhões em propina para conseguir o contrato para execução das obras do Centro
de Pesquisa de Petrobras.
A irregularidade ocorreu entre 2007 e 2012.
A
força-tarefa afirma que o dinheiro foi repassado para funcionários do alto
escalão da Petrobras e representantes do PT.
Os réus vão responder por crimes como lavagem de
dinheiro, corrupção e organização criminosa.
Réus
Adir Assad - empresário e doleiro
Agenor Franklin Magalhães Medeiros - OAS
Alexandre Correa de Oliveira Romano - ex-vereador do
Partido dos Trabalhadores (PT)
Edison Freire Coutinho - Grupo Schahin
Erasto Messias da Silva Júnior - Construtora Ferreira
Guedes
Genésio Schiavinato Júnior - Construbase
José Aldemário Pinheiro Filho - (Léo Pinheiro) -
ex-presidente da OAS
José Antônio Marsílio Schwarz - Grupo Schahin
Paulo Adalberto Alves Ferreira - ex-tesoureiro do PT
Renato de Souza Duque - ex-diretor de Serviços da
Petrobras
Ricardo Backheuser Pernambuco - Carioca Engenharia
Rodrigo Morales - operador
Roberto Ribeiro Capobianco - Construcap
Roberto Trombeta - contador
A denúncia apresentava 15 nomes. Porém, o nome de
Ricarbo Pernambuco Backheuser Júnior foi retirado devido a um acordo de
colaboração com a força-tarefa.
O ex-tesoureiro do PT é réu em outro processo na
Justiça Federal de São Paulo, pela Operação Custo Brasil, que é um
desdobramento da Operação Lava Jato.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele
participou de irregularidades em empréstimos consignados a funcionários e para
pagamento de propina para agentes públicos do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG).
A fraude teria ocorrido em contratos de prestação de
serviços de informática entre os anos de 2010 e 2015.
As suspeitas
O consórcio era composto pela OAS, Carioca Engenharia,
Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia. OAS e
Shahin Engenharia já eram investigadas pela Lava Jato.
O contrato firmado estava inicialmente previsto no
valor de cerca de R$ $ 850 milhões, entretanto, depois de sucessivos aditivos,
superou o montante consolidado de R$ 1 bilhão.
Os procuradores disseram que consórcio pagou para a
WTorres não participasse da licitação.
A empresa chegou a apresentar um valor
mais baixo para a obra.
Os denunciados, de acordo com o Ministério Público
Federal, dividiram tarefas e desempenharam diferentes funções no interesse da
organização criminosa.
A força-tarefa afirma que para que o contrato fosse
realizado, executivos do Consórcio Novo Cenpes pagaram a propina para
funcionários do alto escalão da Petrobras e representantes do PT.
Assim que a 31ª fase da Lava Jato se tornou pública, o
MPF afirmou que Alexandre Romano, que é ex-vereador da cidade de Americana
(SP), confessou ter repassado mais de R$ 1 milhão do Consórcio Nova Cenpes para
Ferreira, por meio de contratos simulados.
Outro lado
O advogado de Paulo Ferreira, José Roberto Batochio,
foi procurado pela reportagem, mas até a última atualização não tinha atendido
as ligações.
O G1 entrou em contato com o advogado Miguel Pereira Neto,
defensor de Adir Assad, e aguarda um retorno.
A defesa de Renato Duque, representada pelo advogado
Roberto Brzezinski, disse que só vai se manifestar após ter acesso aos autos.
Edward de Carvalho, advogado de José Aldemário Pinheiro
Filho e de Agenor Franklin Magalhães Medeiros, não quis se manifestar sobre o
assunto.
A defesa de Alexandre Correa de Oliveira Romano,
representada pelo advogado Daniel Casagrande, disse que parte das informações
da denúncia foram descobertas graças ao acordo de delação premiada firmado pelo
réu.
"Ele vai
continuar colaborando com a Justiça como sempre fez", argumentou
Casagrande.
Assim que a denúncia foi apresentada, o PT negou as
acusações.
"O PT refuta as ilações apresentadas. Todas as operações
financeiras foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e
posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral".
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário