TEMER E MINISTROS SEGUEM OFENSIVA PARA ACELERAR JULGAMENTO DE IMPEACHMENT.
Votação
final poderá ser acontecer na manhã de quarta-feira.
Atentos ao desenrolar do dia
nesta terça-feira, o presidente em exercício, Michel Temer, e os ministros do
Planalto, apesar de dizerem que o governo não está interferindo na votação,
darão prosseguimento ao trabalho de monitoramento dos votos dos senadores. O
Planalto está preocupado com a decisão do presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em deixar a votação final para a
quarta-feira pela manhã.
Isso é ruim porque poderá
atrapalhar e atrasar ainda mais os planos do governo e de Temer, que tinha
previsto, já em um cenário de primeiro adiamento, viajar na tarde de
quarta-feira, no máximo até às 16 horas, para poder chegar a tempo de
participar das agendas na China.
Se realmente, como quer
Lewandowski, para quarta-feira ficar agendada apenas a votação, a avaliação de
interlocutores do presidente é que "ainda dá tempo", já que essa fase
tende a ser mais rápida do que os debates e exposição dos senadores.
Na ofensiva do governo, Temer e
seus aliados seguirão o dia em conversas para tentar convencer parlamentares da
base para que eles ou falem rapidamente, já que sabem que todos querem deixar
registradas as suas participações nesta sessão histórica, ou que abram mão de
suas falas.
Bancada do Maranhão.
Outra investida que deve
continuar acontecendo ao longo do dia é em relação à bancada de senadores do
Maranhão, já que os três senadores - Roberto Rocha (PSB), Edison Lobão (PMDB) e
João Alberto (PMDB) - dizem que vão votar em bloco. Temer esteve com Rocha no
domingo e com Lobão na segunda. Ainda falta João Alberto, que ainda não teria
chegado a Brasília. Segundo afirmou uma fonte ao jornal, no caso do senador
Rocha, um importante cargo federal na região Nordeste entrou nas negociações.
Apesar disso, os três senadores
maranhenses foram alvos de investidas também do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que veio a Brasília no final da semana passado justamente para tentar
convencê-los a votar a favor da presidente afastada Dilma Rousseff.
Temer, que tem a agenda desta
quarta-feira sem compromissos agendados para a parte da tarde, e seus aliados
investirão ainda em outros senadores, monitorando e repassando novamente os
nomes, telefonando ou chamando para cafés. Na segunda, o próprio presidente em
exercício falou por telefone com diversos senadores.
China.
Mesmo com a votação final na
quarta de manhã, o Planalto ainda planeja fazer um esforço para garantir a
saída da comitiva presidencial no final da tarde do mesmo dia. A viagem de
Temer para a China tem previsão de três paradas: na Ilha do Sal, Cabo Verde; em
Praga, capital da República Tcheca; e em Astana, capital do Cazaquistão.
O tempo de viagem estimado, que
era de 33 horas, segundo assessores de Temer, passou a ser de 27 e 28 horas.
Com isso, se ele conseguir sair do Brasil até às 17 horas, ele chegaria a Ásia
na manhã do dia 2, o que ainda possibilitaria que ele participasse de um
seminário de empresários em Xangai.
Além do encontro com empresários,
Temer pretende ter um encontro com o primeiro-ministro chinês, e diversos
encontros bilaterais. Para o dia 3 de setembro, por exemplo, já estão previstos
encontros bilaterais com os primeiros ministros da Espanha e Itália, com o
príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há também a previsão de uma conversa com o
diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo. A
agenda principal na China, o encontro dos líderes do G-20, está marcada para os
dias 4 e 5 de setembro.
Posse.
Logo após o julgamento, se
confirmado o afastamento definitivo de Dilma, Temer terá que participar de
cerimônia de posse no Congresso. O desejo do Planalto é que o evento será
rápido e discreto, assim não atrapalharia os planos da viagem e ainda
reforçaria o discurso de Temer que é momento de pacificar o País e que ele está
assumindo o posto com base na democracia.
Os trâmites da cerimônia já estão
sendo discutido com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desde a
semana passada. Renan é o encarregado de definir o rito. Os dois devem conversar
ainda nesta terça, inclusive, para bater o martelo dos detalhes do provável
evento de quarta.
Fonte: Estadão.
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