Presidente da Câmara disse que anunciará data da votação nesta quarta.
Oposicionistas querem que processo de Cunha seja concluído em agosto.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou
nesta quarta-feira (10) que a base de apoio ao presidente em exercício Michel
Temer quer votar a cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
somente depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Ele ressaltou, entretanto, que há pressão de
oposicionistas para que a votação aconteça antes do julgamento final da
petista, que deve ocorrer no final deste mês.
Em entrevista coletiva na Câmara, Maia disse que vai
anunciar ainda nesta quarta-feira a data em que colocará em votação no plenário
da Casa o relatório do Conselho de Ética que recomenda que Cunha perca o
mandato de deputado federal.
O deputado do DEM, no entanto, ressaltou que ainda
falta ouvir alguns líderes.
“Vou definir a data. Vamos esperar a parte da tarde.
Tudo é legítimo. A oposição quer votar amanhã, como exemplo.
A base do governo
quer votar [a cassação de Cunha] depois do impeachment. Do ponto de vista
político, tudo é legítimo”, disse o parlamentar.
Procurada para comentar a declaração de Rodrigo Maia,
a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que o governo
"respeita a independência dos poderes e não se manifesta sobre o
assunto".
Também tentou contato com o líder do governo na
Câmara, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido
resposta.
O presidente da Câmara também destacou que vai escolher uma data para o plenário analisar o processo de quebra de decoro dentro do prazo médio que outros processos de cassação levaram para sair das comissões para o plenário.
“Não haverá nenhuma decisão que saia da curva
histórica dos processos de votação de cassação desta Casa [...] Dentro da média
histórica dos prazos dos processos que vieram a plenário, eu vou respeitar
tudo, e assim será feito”, enfatizou.
“Não vou sair da média para estar beneficiando, nem
vou antecipar para estar prejudicando, eu disse isso desde que fui eleito.
A
média histórica são quatro ou cinco semanas, é o que tem acontecido nos últimos
13 processos”, complementou Maia.
Eleições municipais
O presidente da Câmara disse que é “fundamental”, em
termos de quórum, que o processo de cassação de Eduardo Cunha seja concluído
antes das eleições municipais de outubro.
“Eu acho que antes da eleição eu garanto mais quórum
do que depois da eleição.
Antes da eleição, todos os deputados vão para as
urnas tendo que responder como votaram na cassação de Cunha”, ponderou o
presidente da Câmara.
Protesto da oposição
Nesta terça (9), deputados do PSOL, do PT e da Rede
fizeram um ato na Câmara para pedir a votação do processo de cassação de Cunha.
Com um cartaz, os parlamentares lembraram que nesta
terça completou 300 dias desde que o caso do peemedebista chegou ao Conselho de
Ética.
Os parlamentares oposicionista também cobraram uma data
para a conclusão do processo.
Mais tarde, repetiram o protesto no plenário.
O parecer aprovado no Conselho de Ética e a decisão da
Comissão de Constituição e Justiça que rejeitou o recurso do ex-presidente da
Câmara foram lidos na última segunda-feira (8) no plenário da casa.
No dia seguinte, as decisões foram publicadas no
Diário Oficial da Câmara, habilitando o processo de Cunha a entrar na pauta da
Casa em até duas sessões.
Ao final deste prazo, o processo passa a ter
preferência na fila de votações.
Fonte: G1 – DF.
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