COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
VOTO NÃO É COMPRA DE MERCADO, NO
ENTANTO UM DEVER DE CIDADANIA.
Nobres:
Na
expressão escorreita da palavra, exercitar o voto é empenho protocolar e se
restringe ao alistamento e ao comparecimento e não compra e venda de mercado.
Se assim proceder que a exerce vira bandido de toda espécie. Na pratica o voto
é obrigatório no exercício do dever. Justificar a ausência é muito simples, têm
prazo elástico dois meses e, na falta de uma explicação, paga-se a multa, que é
uma ninharia. E o pior o Brasil cuja desfaçatez é um jogo que programe o
cidadão infrator discorre na verdade que Charles De Gaulle o eternizou! No país
dos atalhos em sua maioria escusos formalmente. Há uma tecla do voto em branco
e ainda pode-se anular o voto, inventando-se um número qualquer. Voto nulo ou
branco é o - “não voto”-. Desde quando, então, o voto é obrigatório?
Avaliamos obrigatório o nosso voto. É um dever, porque na realidade queremos
votar. Usamos o “privilégio” que a Constituição confere aos cidadãos. Quem não
vota sempre será governado pelos que votarem. Optar por não votar é
permissividade. É entregar o ouro aos bandidos sem lutar. Nesse sentido, de uma
obrigação moral e cidadã, construída pelo eleitor para consigo, admitimos, há o
dever de votar. Quando se difunde que o voto é uma faculdade, um direito, uma
escolha, jamais uma obrigação, nem de longe estamos desejando desestimular o
comparecimento e mesmo o voto. Percebam que o ato de votar não tem o peso de
uma obrigação indesejável. É bom querer votar. É preciso querer votar.
Votar conscientemente, livre de obrigações e de estorvos pessoais. Dizer por aí
que votar é cumprir uma ordem é o jeito capcioso de se causar desencanto no
eleitorado. Se liberdade é um bem indispensável e fundamental, temos que fazer
tudo o que estiver ao nosso alcance para preservá-la. Comparecer à urna,
escolher os candidatos após cuidadoso exame de seus currículos e biografias e votar
por respeito às convicções que nos servem de bússola, isso é construir e manter
a democracia, se não é continuar o velho conceito formatado pela geração
contemporânea que maus exemplos estão sendo sentidos.
Antônio Scarcela Jorge.
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