Em prisão domiciliar há cinco meses, o pecuarista José
Carlos Bumlai deverá voltar à carceragem da Polícia Federal até o final do mês,
decidiu o juiz Sergio Moro nesta quarta (10).
Bumlai, investigado sob suspeita de repassar dinheiro
ao PT e de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, estava em
casa, usando tornozeleira eletrônica, para um tratamento médico.
Ele cuidou de um tumor na bexiga e fez uma cirurgia
cardíaca.
A defesa de Bumlai, que tem 71 anos, pedia a
prorrogação da prisão domiciliar, argumentando que o empresário precisa se
submeter a um programa de reabilitação cardíaca três vezes por semana.
Moro, porém, entendeu que os indícios contra o
pecuarista "se agravaram" já que, além de réu na Lava Jato, ele
também foi denunciado sob acusação de obstrução da justiça no STF (Supremo Tribunal
Federal), por participar do plano de fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da
Petrobras.
O empresário ainda é investigado por benfeitorias no
sítio de Atibaia, que pertenceria ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
de quem é amigo. Também pesam contra ele suspeitas de ter intermediado repasses
de propina a políticos e agentes públicos.
"O risco à instrução e à investigação que motivou
a preventiva não só é atual, como foi reforçado", disse Moro, em seu
despacho.
Para o juiz, a saúde de Bumlai está
"estabilizada", já que o tumor regrediu e o tratamento contra a
doença foi finalizado.
As novas etapas do tratamento serão aplicadas na
própria carceragem da Polícia Federal em Curitiba, determinou o magistrado ou,
se necessário, em hospitais privados da cidade, com escolta policial.
Bumlai deverá se apresentar à PF no dia 23 de agosto.
Fonte: Folhapress.
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