CARREGADORES E PENDRIVES SÃO ACHADOS EM CELA DE DIRCEU E ARGÔLO.
Nenhum dos dois assumiu ser o dono dos objetos.
Como penalidade, eles ficarão 20 dias sem receber visitas.
Dois carregadores de celular e alguns pendrives foram
encontrados na cela do ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado federal Luiz
Argôlo no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de
Curitiba. Dirceu e Argôlo foram condenados na Operação Lava Jato, que revelou
um esquema de corrupção na Petrobras.
Os objetos foram achados no dia 1º de agosto durante
uma vistoria de rotina, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública e
Administração Penitenciária do Paraná (SESP-PR) nesta segunda-feira (15).
O advogado de Dirceu, Roberto Podval, disse que o seu
cliente não estava na cela no momento em que os objetos teriam sido achados,
portanto, não presenciou a situação.
Além disso, a defesa de Dirceu afirmou ao
G1 que os itens não pertencem ao ex-ministro e que vai apurar o caso.
Sidney
Peixoto, que defende Luiz Argôlo, disse desconhecer o ocorrido.
Penalidade.
Os dois foram punidos pela posse dos carregadores de
celular. Ambos receberam a chamada "falta média": vão ficam 20 dias,
desde 1º de agosto, sem receber visitas.
Conforme a SESP-PR, as visitas são
semanais, às sextas-feiras.
Os itens estavam dentro de uma sacola de plástico no
meio dos pertences dos presos.
A secretaria não soube dizer em qual parte da cela a
sacola estava nem a quantidade de pendrives.
Ainda de acordo com a SEPS-PR, os
pendrives continham filmes e músicas.
A revista nas celas também encontrou pendrives com o
ex-senador Gim Argello.
O político não foi punido, pois o código interno de
conduta do CMP não prevê a punição devido aos pendrives.
No entanto, a administração vai abrir um procedimento
interno para apurar a conduta dos presos que possuíam os pendrives.
Segundo a SEPS-PR, há a possibilidade de os presos
receberem sanções por estarem com os equipamentos.
Procurado, o advogado do ex-senador disse que não
sabia sobre a busca feita nas celas do CMP.
Ele disse que vai se inteirar da
situação.
O ex-senador é réu na Lava Jato e responde pelos
crimes de corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais, organização
criminosa e obstrução à investigação.
Ele foi preso na 28ª fase da operação,
deflagrada em abril deste ano.
O nome de Gim Argello apareceu nas delações do senador
Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
Para os procuradores do MPF, há evidências de que o
ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$
350 mil para a OAS.
Em troca, ele barraria a convocação de executivos das
empreiteiras para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no
Congresso Nacional, que investigou o esquema de corrupção na Petrobras - as
duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos, ainda conforme divulgado pelo MPF, foram
enviados a partidos indicados por Gim ao
DEM, PR, PMN e PRTB na forma de doações de campanha.
Condenações.
José Dirceu foi considerado culpado pelos crimes de
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Na sentença, proferida no dia 18 de maio, ele havia
sido condenado a 23 anos e três meses de prisão.
Entretanto, o juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, reduziu a pena do
ex-ministro. José Dirceu deve cumprir 20 anos e 10 meses de reclusão.
O juiz acatou o pedido da defesa de que a dosimetria
estava exagerada e não considerava o atenuante de que Dirceu já tem mais de 70
anos de idade.
O ex-ministro foi preso na 17ª fase da Lava Jato, deflagrada em
agosto de 2015.
Já Luiz Argôlo foi condenado pelos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
A pena considerada pelo juiz Sérgio Moro foi de 11
anos e 11 meses de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento
de multa de R$ 459.740.
Ele foi detido em abril do ano passado, durante a 11ª
etapa da Lava Jato.
Fonte: G1 – DF.
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