SCARCELA JORGE
ATENUAR A CRISE.
Nobres:
No dia de mais um processo
eleitoral no país e às vésperas da decisão sobre o processo de impeachment, é
promissor para os brasileiros o balanço do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, sobre os rumos da Operação Lava-Jato e o combate à corrupção no país.
Ainda que considere utópico acabar com os desvios de dinheiro público, o
procurador-geral defende como viável derrotar a corrupção endêmica, pondo fim a
uma forma hoje considerada natural de fazer política e negócios no país. Esse
horizonte só se mostra mais factível porque, na avaliação do entrevistado, a
investigação conjunta do Ministério Público e da Polícia Federal, com o
respaldo do Judiciário, escancarou "um modo degenerado de fazer política
no país e a simbiose deletéria que se estabeleceu entre certos setores do
empresariado e agentes públicos para ganhos espúrios e para a perpetuação no
poder". Eis aí um resumo perfeito do processo que levou o Brasil o Estado
e o município à situação em que se encontra, e continua a promover negociata
sobre as vistas da Justiça Eleitoral que não está nem aí!. Parece que nem está
no Brasil e a respeito disso, se consolidado as ações legais, todos serão
punidos. Contanto o país tem hoje uma presidente na iminência de sofrer
impeachment, seu substituto e alguns de seus ministros suspeitos de terem se
beneficiado do esquema ilegal, assim como dezenas de outras lideranças
políticas investigadas por recebimento de recursos oriundos de propina para suas
campanhas eleitorais. A extensão do número de investigados por corrupção
preocupa, por reforçar a perspectiva de a crise política persistir mesmo depois
da definição do impeachment. Como ressalta o procurador-geral, a saída é o país
aproveitar o estágio atual do combate à corrupção para transformá-lo em padrão,
pondo fim à impunidade, além de enfrentar de vez uma reforma capaz de moralizar
a política. Duvidem corporativistas “os autênticos” se encontra próximas do que
possa imaginar.
Antônio Scarcela Jorge.
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