Os denunciantes Miguel Reale Júnior e Janaína
Conceição Paschoal falam sobre o processo de impeachment.
Ao dividir o tempo de 1h30,
destinado à acusação, com a advogada Janaína Paschoal, o jurista Miguel Reale
Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da petista, adotou durante em
toda sua exposição um tom ainda mais duro que a colega para pedir a condenação
da presidenta afastada Dilma Rousseff.
Reale afirmou que houve
aparelhamento do governo e que há provas concretas de que houve crime de responsabilidade.
“Não é apenas um formalismo, mas é a verificação exata da ocorrência de fatos
delituosos graves.
"Como não há crime de
responsabilidade? Há sim. Há cadáver e há mau cheiro desse cadáver. O crime
está inicialmente em se ter utilizado os bancos oficiais para financiar o
Tesouro”, ressaltou
Já no começo do discurso, Reale
Jr atacou o PT, partido de Dilma, afirmando que o país vive um momento de
mudança de mentalidade, não apenas de governo.
"É uma administração pública
não baseada no mérito, mas na sinecura, na difusão de que o que importa é ser
malandro. O lulopetismo deixa como legado a esperteza, a malandragem. O país
não quer mais isso", afirmou.
O jurista insistiu que o processo
de impeachment da presidente Dilma Rousseff não prejudica o regime democrático
brasileiro.
"O país não quer mais isso.
O país que organiza uma Olimpíada e que vive um processo de impeachment sem
risco à democracia é um país que confia em suas instituições, em sua gente. Um
país que confia que existem pessoas da coragem como Janaína Paschoal",
disse, exaltando o trabalho da colega durante o processo.
Reale finalizou, dizendo que os
senadores "não estão fazendo nenhuma injustiça" ao votar pelo
impeachment. "Estão fazendo justiça proporcional aos atos graves que foram
cometidos”.
Reação.
Após a manifestação da acusação a
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu a palavra para criticar as alegações dos
dois advogados que, segundo ela, foram políticas e não elencaram elementos
técnicos. “
"Essa discurseira política
mostra bem a origem do processo, de base política para afastar a presidente”,
afirmou. A senadora voltou a atacar a advogada Janaína Paschoal de ter sido
paga pelo PSDB para assinar o pedido contra a petista.
Fonte: Agência Brasil.
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