Manifestação é sobre a devolução do passaporte da ré da Lava Jato.
MPF se posicionou contra o pedido da defesa de Cláudia Cruz.
O Ministério Público Federal (MPF) disse que há risco
de fuga de Cláudia Cruz, mulher do deputado federal e ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do país, caso o passaporte dela seja devolvido.
Cláudia Cruz é ré na Operação Lava Jato.
Por essa razão, o MPF se posicionou pela manutenção do
recolhimento do passaporte de Cláudia Cruz, mesmo que ele tenha sido entregue
espontaneamente pela acusada. A defesa dela havia pedido a devolução do
passaporte.
O MPF "se manifesta contrariamente ao pedido de restituição do
passaporte formulado por Cláudia Cordeiro Cruz". Agora, cabe à Justiça
decidir sobre a devolução ou não do passaporte à ré.
O G1 tenta contato com a defesa da acusada, porém, até
a última atualização desta reportagem, as ligações não tinham sido atendidas.
"Existe real possibilidade de Cláudia Cordeiro
Cruz e/ou seus familiares manterem outras contas bancárias no exterior, havendo
risco concreto de eventual fuga e utilização de ativos secretos ainda não
bloqueados caso o passaporte seja devolvido", diz um trecho da petição
protocolada pelo MPF na tarde desta segunda-feira (15) no processo eletrônico
da Justiça Federal.
Cláudia Cruz responde pelos crimes de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas.
De acordo com as investigações, ela foi
favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de uma propina de
cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.
Em nota à imprensa, o deputado Eduardo Cunha já havia
afirmado anteriormente que as contas de Cláudia no exterior estavam
"dentro das normas da legislação brasileira", que foram declaradas às
autoridades e que não foram abastecidas por recursos ilícitos.
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador
da força-tarefa do MPF da Operação Lava Jato, chegou a dizer que "dinheiro
público foi convertido em sapatos de luxo e roupas de grife".
Segundo o MPF, Cláudia Cruz fez compras no exterior
com recursos de contas na Suíça abastecidas com dinheiro de propina recebido
pelo marido dela.
Fonte: G1 – PR.
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