O empresário Fernando Bittar em declarações a PF.
Bittar sócio de um dos filhos do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, afirmou à Polícia Federal, que “parte das obras” no Sítio
Santa Bárbara, em Atibaia (SP) foi realizada “em razão da necessidade de
recepção do acervo presidencial do então presidente da República”.
Bittar é sócio de Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha
na BR4, holding que controla a Gamecorp e dono oficial da propriedade rural que
a Lava Jato diz pertencer ao petista.
Além da suposta ocultação patrimonial, a força-tarefa
de procuradores da República e delegados federais aponta que reformas
realizadas no imóvel em 2011 e 2014 foram pagas pelas empreiteiras Odebrecht e
OAS e ocultaram propinas do esquema Petrobrás.
Ouvido em São Paulo pelo delegado Márcio Adriano
Anselmo, Bittar disse que as obras “de segurança, instalação do gerador
circuito fechado de TV” “foram realizadas diretamente” por ele.
O investigado confirmou que conheceu “Paulo Gordilho,
funcionário da OAS, quando trataram da questão da reforma da cozinha do imóvel
de Atibaia”.
Para a Lava Jato, a nova cozinha instalada em 2014 foi um
“benesse” concedida pela empreiteira, a mando do seu ex-presidente José
Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, como contrapartida por contratos da
Petrobrás.
Compra.
Bittar contou para a PF que a idéia de compra do sítio
de Atibaia “surgiu numa reunião familiar” entre ele, seus irmãos e o pai, Jacó
Bittar – ex-prefeito petista de Campinas, amigo de Lula desde a década de 1970, “para que pudessem se reunir receber os amigos.”
Ele confirmou que o valor do imóvel, quando foi
comprado, em 2010, era de R$ 1,5 milhão, e que era composto por duas
propriedades: o Sítio Santa Bárbara e o Sítio Santa Denise.
Disse que não
dispunha na época do dinheiro para pagar o dono.
Foi quando teria proposto ao
seu sócio Jonas Suassuna, dono do Grupo Editor Gol, que adquirisse uma das
partes do Sítio Santa Bárbara.
Bittar afirmou à PF que a origem do dinheiro para
compra de sua parte do sítio, correspondente a R$ 500 mil, foi feito com
dinheiro emprestado pelo pai.
“Esses valores foram originados da conta bancária do
pai do declarante para conta do declarante”, registrou a polícia, no termo.
“Esses valores foram registrados como empréstimo que posteriormente foi lavrado
um contrato de doação do valor.”
Ouvido pela PF em março, um funcionário da família
Bittar que diz cuidar das propriedades do pai e dos filhos declarou não
conhecer o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia.
Celso Viera Prado estava em outro imóvel
rural registrado em seu nome, no município de Manduri (SP).
No depoimento desta
quinta-feira, Bittar citou os imóveis que tem em Manduri.
Segundo ele, o sítio seria vendido em 2010 para que
ele pudesse comprar a propriedade em Atibaia.
Mas a venda não foi realizada
após obter o empréstimo do pai e a parceria com o sócio.
Bittar disse que é sócio das empresas Coskin, G4 e
BR4, sendo esta última uma holding com participação na empresa Gamecorp.
Procurado por meio de sua defesa, o empresário não foi localizado para comentar
o depoimento do funcionário, que disse desconhecer a propriedade em Atibaia.
Fonte: Agência O Estado.
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