Principal
foco dos encontros bilaterais e com empresários estrangeiros é sinalizar ao
mundo financeiro que o Brasil está retomando o crescimento.
O presidente interino Michel
Temer aguarda o final do julgamento do processo de impeachment da presidenta
afastada Dilma Rousseff para dar início a uma série de agendas internacionais
para atrair investimentos externos no país e promover exportações de produtos
brasileiros.
Desde que assumiu a interinidade,
em maio, ele não viajou para o exterior, e tem dito que só irá à China na
semana que vem para a Cúpula de Líderes do G-20, caso os senadores concluam e
aprovem o afastamento em definitivo de Dilma. Outros compromissos fora do país
estão no radar do Palácio do Planalto, como os Estados Unidos, a Índia, o
Japão, a Colômbia, a Argentina e o Paraguai.
O principal foco dos encontros
bilaterais e com empresários estrangeiros dos quais Temer pretende participar é
sinalizar ao mundo financeiro que o Brasil está no caminho de retomar a sua
atividade econômica e que, por isso, será um lugar mais seguro para receber
investimentos.
A equipe econômica tem preparado
uma lista com os projetos que serão concedidos nos próximos meses à iniciativa
privada como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, para que sejam
apresentados aos empresários. Parcerias do poder público com a iniciativa
privada e acordos comerciais também serão estimulados visando ampliar
exportações e criar empregos.
Na próxima sexta-feira (2), o
governo brasileiro vai promover em Xangai um encontro com investidores chineses
para o qual está prevista a participação de Temer. A 33 horas de distância do
Brasil, porém, a sua primeira agenda no país asiático pode não ocorrer caso a
votação final não seja concluída a tempo. Ainda que não representem Temer no
seminário empresarial, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da
Agricultura, Blairo Maggi, devem viajar à China antes da comitiva oficial.
Além da cúpula do G-20 nos dias 4
e 5 de setembro, Michel Temer deve participar de reuniões bilaterais privadas
com os líderes da China, Xi Jinping; da Espanha, Mariano Rajoy; da Itália,
Matteo Renzi, e com o príncipe da Arábia Saudida, Mohamed Bin Nayef.
Michel Temer também pretende
viajar a Nova Iorque para participar no fim de setembro da Assembleia-Geral das
Nações Unidas, evento no qual, tradicionalmente, o representante do Brasil
costuma fazer o discurso de abertura. Em outubro, a 8ª Cúpula dos Brics (bloco
econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vai ocorrer
na Índia e será uma oportunidade para Michel Temer fazer uma visita ao Japão.
A agenda no país asiático seria
uma forma de o Brasil desfazer uma espécie de ressentimento diplomático, já que
nos últimos anos Dilma Rousseff cancelou duas viagens que faria ao Japão.
Embora o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tenha vindo ao Brasil no último
domingo (21) para o encerramento dos Jogos Olímpicos, os dois não chegaram a se
encontrar.
Temer ainda pretende embarcar
para a Colômbia no final de outubro para participar da 25ª Cúpula Íbero
Americana. Agendas no vizinho Paraguai e Argentina também estão sendo
programadas por assessores presidenciais.
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