Eles participaram hoje (10) da palestra Democracia, Corrupção e Justiça: diálogos para um país melhor, promovido pelo Centro Universitário de Brasília (UNICEUB), em Brasília.
O juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sérgio
Moro, e o procurador da República que coordena a operação, Deltan Dalagnol,
afirmaram hoje que o trabalho que realizam junto com a Polícia Federal, em
Curitiba, de desarticular o esquema de desvios na Petrobras, não pode ser visto
como o caminho para solucionar a corrupção no Brasil.
Desde a semana passada, Moro e Dalagnol assumiram uma
defesa mais vocal de uma reforma estrutural das instituições.
Nos últimos dias, eles também foram à Câmara dos
Deputados para defender uma legislação mais dura contra a corrupção.
Enquanto Moro e Dalagnol participavam da palestra em
Brasília, a Polícia Federal do Rio de Janeiro deflagrou mais uma fase da Lava
Jato, denominada Operação Irmandade.
“O que é importante é que esse caso [Lava Jato] não
fique apenas nos culpados, nos punidos, mas que isso propicie uma agenda de reformas”,
disse Moro, em palestra no Uniceub.
“Não é uma questão de um indivíduo, de um
super juiz, super procurador, super polícia, isso é um trabalho institucional”,
acrescentou.
Participante da mesma mesa, Dalagnol disse, para uma platéia
formada por professores e estudantes de direito, que a Lava Jato não é a
solução para o Brasil.
“A Lava Jato, na verdade, trabalha na cura de um câncer,
mas é o sistema que é cancerígeno”.
O procurador voltou a afirmar o que havia dito durante
audiência pública ontem (9), na Câmara, que o Brasil é o país da impunidade.
Ele citou um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
segundo o qual apenas 3% dos investigados por corrupção no país são condenados.
Destes, a sentença média é de quatro anos, usualmente
convertidos no pagamento de cestas básicas e serviços comunitários.
“A pena por
corrupção é uma piada de mau gosto no Brasil.”
Após manifestações entusiasmadas da plateia, o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que mediou o
evento, interpretou o apoio que a população tem manifestado ao juiz Sérgio Moro
como um sinal da necessidade de fortalecer as instituições.
“São heróis, porque é exceção. Você precisa de heróis
quando as instituições não funcionam.”
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário