SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge. DEFENDER O ELEITOR ÉTICO.
Nobres:
Estamos numa situação em que o eleitor vive uma
situação contraditória entre dois aspectos: O eleitor ético que convive com a
cultura mais eletiva situado em sua maioria nos grandes centros do país,
especialmente nas regiões sul/sudeste e o do nordeste, que em sua maioria
ostenta o desvaler de seu voto e entende que o voto é vendável a qualquer preço
antes da hora de votar. Para estes não importam vê o cenário do cotidiano está
acostumado pela irracionalidade que sempre projetou. A realidade nos faz
discriminar esta gente, de forma lamentável. Entretanto para outro foco é
prever que as eleições deste ano serão diferenciadas. Não pelas novas regras
limitadoras, desde o financiamento de campanha até a redução do tempo de
exposição na propaganda de rádio e TV, mas pelo papel moralizador que o eleitor
passou a ter a partir das grandes mobilizações populares. Neste pleito,
diretamente afetado pela Operação Lava-Jato e pela crise financeira, a sensação
é de que ele representa o início de um amplo e necessário processo de depuração
do que realmente é política de interesse público e o que é politicagem. Mas, se
por um lado o eleitor se mostra menos disposto ao engodo eleitoral, por outro
vê aumentar a sua responsabilidade enquanto agente da transformação necessária.
Não há mais lugar para a ingenuidade ou para o desinteresse pela política. O
descrédito com a classe política mostra que estava certa aqueles que diziam que
o voto tem conseqüência e que o destino dos homens e mulheres que não se
interessam pela política é serem comandados por pessoas de índole duvidosa, que
se aproveitam da política para o alcance de objetivos nada republicanos. O
ponto de partida desse novo momento passa, inexoravelmente, pelo interesse pela
vida pregressa dos candidatos, seja como cidadão ou político. E, mais, pelo
conhecimento das cartilhas doutrinárias dos partidos que eles representam. Mas,
acima de tudo, o eleitor deve certificar-se de que o pretendente ao seu voto
está realmente comprometido com aquilo que tem importância social. E praticar a
tolerância zero para com aqueles que, no passado, prometeram e não honraram o
compromisso. Se governar é eleger prioridades, propuser medidas estruturantes
em áreas vitais para a qualidade de vida da população, como educação, saúde e
segurança, são imprescindíveis. Por isso, não dá para criar expectativas com
candidatos que pulverizam propostas sem um norte definido. Muito menos com
aqueles que escondem ou disfarçam suas reais intenções. Afinal, honestidade,
transparência e competência são pré-requisitos basilares para quem se propõe
realizar um mandato ou uma gestão realista, objetiva e bem-intencionada.
Estamos certos ou não pela estima dos fatos?
Antônio
Scarcela Jorge.
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