SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeESPELHOS ESDRÚXULOS.
Nobres:
Mesmo que o petismo deixe alguma lição válida raríssimo por
acontecer, é justamente sobre como o Estado pode se tornar facilmente
manipulável nas mãos de um grupo organizado e desconhecedor de escrúpulos. Deixando
de lado alguns atores constitucionalmente autônomos, como por exemplo, a
Polícia Federal e o Ministério Público tornaram-se inacreditável o nível de
contaminação política em mecanismos designados a fiscalizar, mesmo na Justiça,
haja vista o Supremo, as indicações promovem uma promiscuidade difícil de ser
contornada e decisiva para o acobertamento de crimes de má gestão. Isto sem
falar em CGU, AGU, Tribunais de Contas municipais ou estaduais. A fórmula é
simples, se corruptos ou ainda pessoas suscetíveis a condutas criminosas e
politicagem estiverem aparelhando um sistema, não fará sentido esperar que
dificultem seus próprios interesses. Em síntese, do jeito que está o país
precisa torcer para que pessoas comprometidas com a lisura e o interesse
público estejam na hora certa e no lugar certo, sob pena de tornar-se refém de
si mesmo. Certamente é grande a nossa responsabilidade pelo que tem acontecido,
e a morte prematura de um futuro alvissareiro não só pode como deve recair
sobre quem ignora a política e suas artimanhas, reluta em fiscalizar seus
governantes, ou tem receio de debater para não ferir suscetibilidades,
aperfeiçoar com boa vontade. Convenhamos, seria difícil para qualquer
comunidade manter distância da cena pública, e, portanto negligenciar seus
próprios interesses, sem sofrer graves conseqüências. Entendemos, que o debate
sobre o voto, inclusive o sistema de governo, deveria ser retomada de maneira
mais ampla e demorada. E o mesmo vale para a reforma partidária. Mas, além destes
aspectos, seja fundamental repensarmos uma engrenagem que possibilite ao
organismo estatal produzir anticorpos mais eficientes. Por força circunstancial
surgirá um novo modelo de se fazer política pautada essencialmente na ética,
para um Brasil melhor.
Antônio Scarcela Jorge.
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