quarta-feira, 24 de agosto de 2016

DEFENSORES PÚBLICOS

COMISSÃO DO SENADO APROVA REAJUSTE PARA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO.


Votação aconteceu durante abertura dos trabalhos do Congresso Nacional.

Reajuste para ministros do STF e audiência com BC ficou para setembro.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (23) um reajuste salarial escalonado para os integrantes da Defensoria Pública da União. No entanto, uma divergência regimental pode invalidar a votação.

Segundo o projeto, o vencimento do defensor-geral da União que serve de referência para os salários dos demais integrantes da carreira será corrigido para R$ 31.557,21 retroativo a 1º de julho. Até o início de 2018, o contracheque do chefe da Defensoria Pública subirá para R$ 33.763.

Os subsídios dos defensores serão reajustados com um escalonamento de 5% entre as categorias, considerando-se o cargo de defensor-geral como topo da carreira.

Antes de virar lei, entretanto, o projeto tem de ser submetido à votação no plenário do Senado.

O projeto, porém, foi aprovado pela CAE durante abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, o que não é permitido.

A presidente da CAE, Gleisi Hoffmann, disse que foi informada da abertura da ordem do dia somente durante a votação do projeto e que, por isso, a aprovação está valendo. Ela admitiu, porém, que essa votação pode ser questionada.

Reajuste para ministros do STF.

Durante a sessão desta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos não chegou a avaliar outros temas que estavam em pauta, como o projeto que reajusta o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Também não aconteceu a audiência pública para ouvir o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

O relator do projeto que reajusta os salários dos ministros do STF, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), chegou a ler seu relatório, no qual recomendou a reprovação do pedido, mas houve um pedido de vistas coletivo.

O assunto poderá voltar à pauta na próxima reunião da CAE, marcada inicialmente para 6 de setembro, véspera de feriado, assim como a audiência pública para ouvir o presidente do Banco Central. Se não acontecer em 6 de setembro, a próxima sessão aconteceria somente no dia 13 do mês que vem.

Em seu parecer, Ferraço disse que o reajuste para os ministros do STF deveria ser rejeitado pela CAE pois teria "amplo impacto econômico" na folha de pagamento do funcionalismo publico, na esfera federal, estadual e municipal.

"É um dos mais importantes parâmetros remuneratórios do país, em função das vinculações constitucionais, que geram efeito cascata. É o teto remuneratório de todos os servidores públicos. Haveria um impacto bilionário nas contas públicas da União, estados e até dos municípios. Abre-se porta para que sejam reajustados todos os demais salários do setor público", declarou ele.

Ferraço citou uma estimativa feira pela consultoria de Orçamento do Senado Federal, pela qual haveria um impacto de R$ 4,5 bilhões nas contas públicas, sendo R$ 1,21 bilhão nas contas da União e R$ 2,23 bilhões na contabilidade dos estados.

"Não estamos simplesmente aumentando o teto dos ministros do STF. Estamos escancarando a porteira para que uns sem fim de aumentos possam acontecer", declarou ele, lembrando que as contas públicas passam por forte crise com estimativa de um rombo de R$ 170,5 bilhões neste ano e de R$ 139 bilhões em 2017.

Acrescentou que, diante da atual crise econômica, "nada poderia ser menos recomendável" do que aprovar a elevação de despesas primárias do setor público, sem considerar os seus efeitos sobre os demais entes da federação.
Fonte: G1 – DF.

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