Interlocutores de Dilma que estão
com ela no Uruguai disseram que, desde a véspera, a presidente estava muito
incomodada com a declaração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que a
desoneração da folha de pagamento das empresas era grosseira e não protegia os
empregos.
Dilma se sentiu desautorizada
publicamente pelo ministro. A fala da presidente neste sábado no Uruguai foi
calculada para que ela recuperasse a autoridade no debate público sobre a
condução da economia.
Desde esta sexta-feira, integrantes
do PT já demonstravam irritação com o tom das declarações de Levy e
pressionavam pela reação de Dilma. Isso porque Levy criticou uma das principais
vitrines do primeiro governo da presidente.
Embora Levy tenha reconhecido de
forma reservada que errou no tom da declaração, petistas afirmam que o ministro
cometeu uma espécie de "sincericídio", ou seja, falou demais, mas
falou o que pensa o que explicita uma profunda divergência entre o pensamento
do ministro da Fazenda e o da presidente sobre a condução da economia.
Como admitiu que errou, Levy não
deve amplificar a polêmica e vai preferir manter o silêncio sobre o tema. Mas
integrantes do Palácio do Planalto observam que o episódio criou um forte
desgaste no momento em que era preciso demonstrar unidade do governo em relação
à economia.
Fonte: Agência Globo.
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