quarta-feira, 2 de julho de 2014

SECA PERMANENTE

 VOLUME DOS AÇUDES É MENOR QUE EM 2013

Cogerh irá abastecer cidades em situação crítica com adutoras e priorizar o consumo humano. Volume era de 42,9% em 2013. Este ano, está em 31,3%.

O Ceará termina o mês de junho com baixos níveis de água nos reservatórios públicos. Até ontem, o monitoramento de 149 açudes disponível no Portal Hidrológico do Ceará apontava o volume total de 31,3% da capacidade. O registro para o mesmo dia, 30 de junho, em 2013, era de 42,9%. O Estado enfrenta o terceiro ano de estiagem e tem índices menores após a estação chuvosa (de fevereiro a maio) na comparação com o ano passado. Até 2015, são as ações emergenciais e as negociações que devem protagonizar a gestão da água.

A partir deste mês de julho, a instalação de 417 quilômetros de adutoras de montagem rápida promete socorro a dez cidades cearenses. Dentre elas, as mais extensas são as de Crateús e de Canindé, com 150 e 50 km, respectivamente. Segundo Ricardo Adeodato, diretor de operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), os contratos com construtoras e fornecedores foram assinados, devendo ficar tudo pronto até o fim deste ano. A ação de abastecer cidades com água vinda de açudes mais distantes vem complementar as operações com carros-pipa e a perfuração de poços artesianos.

Sem perspectivas de recarga até a próxima quadra chuvosa, a administração da água ocorre com simulações de risco para cada cidade e com negociações para o uso que priorize o abastecimento humano, conforme Adeodato. Em reuniões com os comitês das bacias hidrográficas e representantes das localidades afetadas, a Cogerh tem negociado a vazão média de açudes. O diretor de operações exemplifica que, na última semana, foram determinadas as vazões de reservatórios importantes, como o Orós (média de 7 m³/segundo) e Castanhão (até 28 m³/segundo).

Nos perímetros irrigados, também há precauções. A liberação de água para a agricultura tem sido reduzida, como nos perímetros de Morada Nova e Tabuleiro de Russas. “Buscamos reduzir o máximo que podemos tentando também preservar a produção. No Vale do Curu, praticamente não se está liberando água para irrigação. A prioridade é salvar as culturas já plantadas, sem permitir ampliações”, afirma Adeodato. Ele diz que o momento é de economia e compreensão entre irrigantes, gerências e população em geral.

O volume atual de 5 bilhões de metros cúbicos de água não tem concentração regular dentre as 12 bacias do Estado. Em situação menos crítica, a bacia do Alto Jaguaribe tem 52% da capacidade. Realidade diferente vivem as cidades da bacia Sertões de Crateús, hoje com 7%. No mesmo período em 2013, apresentava 9,2% da capacidade. Apenas o reservatório Barragem do Batalhão, em Crateús, tem bom nível: 87,4%. Fora ele, os outros nove da bacia permanecem com níveis abaixo de 10%.
Fonte: O POVO.


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