TERESÓPOLIS — Nos últimos 18
meses, Luiz Felipe Scolari dirigiu a seleção brasileira 27 vezes, ganhou 19
partidas, conquistou a Copa das Confederações-2013 e moldou o grupo para buscar
o hexacampeonato. Em todos os jogos, Neymar esteve em campo. Nesta terça-feira,
Felipão e todo o país vão descobrir qual é o destino da equipe sem seu camisa
10 e principal referência, numa segunda “estreia” no Mundial: redesenhado, o
time busca a vaga na decisão contra a Alemanha, às 17h, no Mineirão.
Na repetição da final da Copa de
2002, quando o Brasil conquistou o pentacampeonato com a vitória por 2 a 0 em
Yokohama, no Japão, a única semelhança é a presença de Felipão no banco
brasileiro. Se, daquela vez, o técnico dispunha de jogadores com experiência em
outros Mundiais, e um Ronaldo em grande forma, retornando de dois anos de
inatividade, agora tudo se inverte: a contusão do craque do time veio na hora
errada, e os coadjuvantes são novatos no torneio mais importante das suas
carreiras.
Já a Alemanha, que se despedia de
uma geração no Mundial da Ásia, sonha com o apogeu do trabalho de renovação
iniciado justamente quando sediou a Copa, em 2006, e apresentou jogadores como
Schweinsteiger, Lahm, Podolski e Mertesacker. Quatro anos depois, na África do
Sul, eles receberam a companhia de Thomas Müller, Khedira, Özil, Kroos e Neuer,
todos titulares da atual equipe.
No treino de segunda-feira, na
Granja Comary, Felipão mostrou como pretende suprir a ausência de Neymar e
superar uma Alemanha tida por muitos como a melhor equipe entre as quatro
semifinalistas: vencendo a batalha do meio do campo, setor mais forte da rival.
Para mostrar como quer que o time jogue, fez um trabalho tático, sem
adversário.
OSCAR LIVRE
PARA CRIAR
Com o cabeça de área Luiz Gustavo
de volta, após cumprir suspensão, Felipão manteve os volantes Fernandinho e
Paulinho, este último opção também nas jogadas aéreas, outro perigo da
Alemanha. Na frente, Oscar ganhou mais liberdade para se movimentar mais e
tentar, enfim, reencontrar seu melhor jogo, visto apenas contra a Croácia, no
jogo de estreia do Brasil no Mundial.
Mas Felipão também usou o único
treino dos titulares antes da semifinal para testar opções. Na lateral direita,
a surpresa foi a presença de Daniel Alves no início. Mas logo Maicon, que foi
titular contra a Colômbia, entrou em seu lugar e não saiu mais.
As maiores mudanças, porém, foram
na frente. Com uma formação mais leve, apenas Luiz Gustavo e Fernandinho na
marcação, o técnico testou Willian e Oscar juntos, municiando o ataque, e,
depois, cada um deles ao lado de Bernard. Até Jô, desacreditado após a fraca
atuação contra o Chile, entrou nos minutos finais, no lugar de Fred. O camisa
9, no entanto, tem escalação garantida na semifinal.
DAVID LUIZ
MUDA DE LADO
Com todas as mudanças feitas do
meio para a frente, Luiz Gustavo e Hulk permaneceram do início ao fim do
treino. Mas só o cabeça de área ficou em campo mesmo após o fim do treino,
chamado pelo técnico e pelo coordenador Carlos Alberto Parreira para uma
conversa ao pé do ouvido, assumindo um papel de destaque na reta decisiva.
FICHA DO
JOGO
BRASIL: Júlio
César, Daniel Alves (Maicon), David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo,
Fernandinho, Paulinho (Willian) e Oscar; Hulk e Fred.
ALEMANHA: Neuer, Lahm, Boateng, Hummels e
Höwedes; Schweinsteiger, Khedira e Kroos; Müller, Klose (Götze) e Özil
Juiz: Marco Rodríguez (MEX)
Local: Mineirão
Horário: 17h.
Fonte: Agência Globo.
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