sexta-feira, 4 de abril de 2014

BNB - DE LARGO CONCEITO TÉCNICO ANTERIORMENTE - TRANSFORMOU-SE EM INSTITUIÇÃO DE POLITICAGEM - "ACESSO AOS BASTIDORES"

 BNB: APÓS QUASE DOIS ANOS, LANZARIN DEIXA PRESIDÊNCIA.

Em carta, o ex-gestor apontou questões familiares como o motivo para o pedido de exoneração.

Egídio Serpa
Colunista.

Um ano e sete meses depois de haver assumido a presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o catarinense Ary Joel Lanzarin, que é funcionário aposentado do Banco do Brasil, deixou o cargo ontem. "Estou saindo por razões absolutamente pessoais. Tenho um problema na minha família que precisa do meu tempo integral para ser solucionado" - foi a justificativa que ele, pessoalmente, deu ao Diário do Nordeste para a sua inesperada e surpreendente decisão. Seu substituto, Nelson Antônio de Souza, diretor de Estratégia, Administração e Tecnologia da Informação (TI), assumiu ontem mesmo.
Imediatamente depois que a informação se tornou pública, fontes da área política comentou - e ainda comentam - que a saída de Lanzarin tem tudo a ver com o processo em curso da sucessão do governador do Ceará, Cid Gomes, que hoje deverá comunicar ao Poder Legislativo estadual a sua renúncia ao cargo. De acordo com as mesmas fontes da política, o deputado federal José Guimarães, principal líder do PT cearense, e seu grupo voltam a ter influência sobre a gestão do BNB. Lanzarin e a assessoria do banco negam.

Ontem à tarde, em seu gabinete no Centro Administrativo do Passaré, Ary Joel Lanzarin escreveu e transmitiu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que preside o Conselho de Administração do BNB, uma longa carta em que dá como motivo de seu pedido de exoneração a questão familiar. Ladeado pelo seu substituto, ele exibiu a carta à reportagem do Diário do Nordeste, mas não permitiu sua leitura pelo repórter, que lhe perguntou: "Qual é o seu legado?"

Providências

Na carta ao ministro e na conversa com o Diário do Nordeste, Lanzarin lista uma série de providências que, na sua opinião, constituem sua herança na chefia do BNB desde 28 de agosto de 2012. "Melhoramos a eficiência administrativa por meio da gestão compartilhada; impusemos rigidez na conduta da instituição; modernizamos o seu setor de tecnologia, que hoje é de ponta; demos fim às alçadas individuais e hoje todas as decisões do banco são colegiadas, o que implicou a mudança da cultura organizacional do BNB", afirmou.

Demonstrando total tranquilidade e falando pausadamente, Ary Joel Lanzarin também disse que fazem parte do seu legado "a conformidade dos processos e o encarreiramento por mérito na gestão das pessoas", o que foi obtido por meio "do endurecimento e da rigidez da política disciplinar". E incluiu também na carta ao ministro a desempenho do BNB no exercício de 2013, quando alcançou R$ 12,7 bilhões em aplicações do FNE.


"Mas um dos maiores feitos de nossa gestão foi a recuperação de R$ 2,4 bilhões de dívidas antigas, que foram ajuizadas e executadas, sendo que desse total R$ 509 milhões foram pagos à vista", destacou o ex-presidente do BNB, que, porém, reconhece uma deficiência: o setor de análise de projetos do banco ainda não alcançou a velocidade que a sua direção deseja, mas "o processo de concessão do crédito foi revisto, gerando mais agilidade e maior segurança".

Intenção é continuar as atividades, diz interino

As atividades hoje desempenhadas pelo Banco do Nordeste não serão interrompidas ou prejudicadas pela saída de Ary Joel Lanzarin, segundo o presidente interino da instituição, Nelson Antônio de Souza. Ele destaca a busca por maior velocidade nas análises e na concessão de crédito e a criação de novas agências como algumas das principais ações que terão continuidade.

Conforme o presidente interino, o Banco do Nordeste abriu 70 agências, em sua área de abrangência, na gestão de Lanzarin, e tem mais 52 previstas para serem abertas.

Souza acrescenta que, até o início de junho, o banco passará a oferecer aos clientes, em mais de 13 mil agências lotéricas, serviços como saque e consulta ao saldo. "Isso vai dar mais capilaridade ao banco", destaca.

Ele aponta ainda a atenção maior às micro e pequenas empresas contratação de concursados como uma das iniciativas que terão continuidade na nova gestão. De acordo com o novo gestor, não há data definida para a escolha do presidente definitivo. "O que vou fazer agora é continuar o projeto de maneira interina", frisa.

Perfil

Aos 54 anos, Nelson Antônio
de Souza é paulistano, graduado em Letras e Psicologia e tem MBA em Marketing. É funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, onde exerceu        de               funções operacionais a estratégicas.               Além de presidente interino, é diretor de Estratégia, Administração     e Tecnologia da Informação do BNB, tendo assumido o cargo em julho de 2012.

Fonte: - DN.






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