08.03.2014
Comédia
brasileira
Noutras nações, também, há
comédia. Afinal, o ser humano é, essencialmente, pusilânime. Mas, cuidemos da
do Brasil. Nossa "comédia" inicia-se a cada ano, após o último dia de
dezembro, na costumeira saudação. É nesse ensejo que "as promessas"
são feitas, bem como nascem expectativas para o decorrer do ano a se iniciar no
outro dia. Quase sempre, individualmente, "as coisas" não acontecem
como pretendidas. No geral, também. E, nessas espécies, temos um sem-número de
fatos, desejados e justos. Este ano, teremos, além da Copa Mundial de Futebol,
eleições para diversos níveis. A partir de outubro, estarão eleitos presidente
da República, governadores, senadores e deputados, federais e estaduais. No
decorrer da propaganda de campanha, a população saberá quais as promessas de
cada candidato. Serão cumpridas? Cada um de nós responda a si próprio, diante
da experiência republicana. Melhor ainda: o que se realizar, destinar-se-á ao
"povão", ou virão "justificativas injustificáveis", como é
a costumeira enganação.
Os gestores afirmarão estar
interessados nas necessidades prementes da população. É óbvio que, só através
dos "conta-gotas", os poderes têm possibilitado mínimos direitos ao
cidadão. Dom Pedro II prometera vender o último brilhante de sua coroa, mas um
nordestino não morreria de fome. Não vendeu, mas a promessa foi feita. Àquela
época, os flagelados ficaram felizes com esse compromisso, mas sua expectativa
pereceu. O povo continua a exigir seus direitos. Não quer concessões. Nossa
cidadania deve ser altiva e não flexível, mesmo diante da comédia brasileira...
Antonio Caminha Muniz Filho
Advogado.
Fonte: DN.
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