BRASÍLIA - A crise entre o
governo e o PMDB teve um novo round nesta terça-feira, com a decisão unânime da
bancada de deputados peemedebistas de adotar uma postura de independência nas
votações na Câmara e pedir a convocação de uma reunião da comissão executiva do
partido para debater a atual crise e "reavaliar a qualidade" da
aliança com o PT.
A decisão dos deputados aumenta a
pressão sobre a aliança nacional entre os dois partidos pelo projeto de
reeleição da presidente Dilma Rousseff, que nos últimos dias tem feito reuniões
com caciques do PMDB para tentar garantir o apoio oficial de legenda e isolar o
líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que tem capitaneado os
movimentos dos aliados insatisfeitos.
Não há data marcada para a
reunião da comissão executiva, mas é provável que ela ocorra na próxima semana.
A tendência é que além de debater a relação com o governo também seja discutida
a possibilidade de convocar uma convenção nacional do partido para determinar
se o casamento com o PT será mantido ou não.
Cunha disse após a reunião que o
movimento da bancada não visa o rompimento com o governo e o fim da aliança
eleitoral, mas não detalhou o que o governo ou o PT podem fazer para evitar o
racha instalado.
"O que existe é uma
insatisfação generalizada sobre o processo hegemônico feito pelo PT, que avança
prejudicando as bancadas de partidos aliados, notadamente o PMDB", disse o
líder.
"Não posso afirmar que tem
solução. Qualquer solução que eu colocasse aqui seria ilusória",
acrescentou Cunha, que avalia que a crise está instalada e o governo terá que
negociar mais.
A tensão entre PMDB e PT teve
como estopim a insatisfação da bancada peemedebista, principalmente na Câmara,
com o encaminhamento dado por Dilma à reforma ministerial.
Mas o PMDB já vinha dando sinais
de descontentamento com a presidente desde o início do seu mandato, por
entender que a interlocução com o Palácio do Planalto e o espaço do partido no
governo são insuficientes. O ritmo de liberação de emendas parlamentares também
tem sido ponto de atrito.
Fonte: Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário