quinta-feira, 27 de março de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA 27 DE MARÇO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

ANSIEDADE NO PODER.

Nobres:

Ao contrário dos tempos pretéritos, agora, habitua-se em que ser eleito nunca foi tão significativo, negativamente. Afinal, participar da vida na política, vivendo o bom e o melhor, sem jamais ter que se preocupar com as contas do final do mês, a miséria no entorno e não dar satisfações a ninguém, nem mesmo aos eleitores que por ventura o “eleito” em todos os sentidos, deve ser o “paraíso de todos os sonhos”. Juntando-se a isso a apatia geral, o desinteresse de fiscalização aos “empregados” escolhidos para gerir o bem público, temos o agigantamento da pérfida impunidade reinante. É nítido que as mudanças políticas ocorridas no Brasil se deterioraram de uma forma tão constante que não se pode mais acreditar que o processo possa ser revertido. Aquilo que chamamos de corrupção, ampliou-se para além do setor político e espalhou-se pela extensão territorial de nosso país. Desde o oferecimento de propina para livrar-se da multa de trânsito até a sonegação fiscal, a sociedade ajuda a dilatar o alcance da corrupção. Isso sem contar que o corrupto necessita da figura abominável do corruptor. Quem já atingiu a marca dos 60 anos ou mais, sabe muito bem do que se trata, mesmo porque a corrupção sempre existiu, mas a um grau que o país suportava, hoje não mais. Isso não quer dizer que ela seja aceitável, mas acontece que a “nossa” está destruindo o Brasil a olhos vistos e o silêncio geral persiste. O verdadeiro plano de governo, em quaisquer das instâncias existentes, é determinar quanto se terá que pagar para a mídia venal. Quanto àqueles belos planos gritados a plenos pulmões nos palanques das campanhas eleitorais, acreditemos ou não, não passa de teatro. Antigamente os eleitos faziam alguma coisa, havia uma espécie de “controle externo” do poder, certo medo da massa, mas hodiernamente tudo é aceito com as bênçãos da omissão ou as benesses da cumplicidade. A esperança não venceu o medo como à propaganda enganosa divulgou, na verdade o medo matou a esperança. Foi ele, afinal, quem venceu! E a desculpa de que somos pessimistas, não “cola” mais. Pois a meio caminho da idade da pedra, que está se tornando nosso destino comum, o fato de padecer do “mal da perceptibilidade” é o que nos leva, à maneira dos cordeiros, transportar a dor em silêncio até o fim. Em algum ponto da história recente, isso que chamam de política se desumanizou totalmente, restaram apenas os interesses particulares de cada candidato a cargos públicos, eleitos ou não. Assim, sob uma saraivada de bombas de “efeito moral”. Aos lustrosos não interessam os partidos políticos, mas o caráter daqueles que adoram se desfraldar em representar o interesse comum, mas, infelizmente, ignoram plenamente o significado da ética! - alguém ainda poderá gritar: Salve-se quem puder!

Antônio Scarcela Jorge.

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