COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
ANSIEDADE NO PODER.
Nobres:
Ao contrário dos
tempos pretéritos, agora, habitua-se em que ser eleito nunca foi tão
significativo, negativamente. Afinal, participar da vida na política, vivendo o
bom e o melhor, sem jamais ter que se preocupar com as contas do final do mês,
a miséria no entorno e não dar satisfações a ninguém, nem mesmo aos eleitores
que por ventura o “eleito” em todos os sentidos, deve ser o “paraíso de todos
os sonhos”. Juntando-se a isso a apatia geral, o desinteresse de fiscalização
aos “empregados” escolhidos para gerir o bem público, temos o agigantamento da
pérfida impunidade reinante. É nítido que as mudanças políticas ocorridas no
Brasil se deterioraram de uma forma tão constante que não se pode mais acreditar
que o processo possa ser revertido. Aquilo que chamamos de corrupção,
ampliou-se para além do setor político e espalhou-se pela extensão territorial
de nosso país. Desde o oferecimento de propina para livrar-se da multa de
trânsito até a sonegação fiscal, a sociedade ajuda a dilatar o alcance da
corrupção. Isso sem contar que o corrupto necessita da figura abominável do
corruptor. Quem já atingiu a marca dos 60 anos ou mais, sabe muito bem do que
se trata, mesmo porque a corrupção sempre existiu, mas a um grau que o país
suportava, hoje não mais. Isso não quer dizer que ela seja aceitável, mas
acontece que a “nossa” está destruindo o Brasil a olhos vistos e o silêncio
geral persiste. O verdadeiro plano de governo, em quaisquer das instâncias
existentes, é determinar quanto se terá que pagar para a mídia venal. Quanto
àqueles belos planos gritados a plenos pulmões nos palanques das campanhas
eleitorais, acreditemos ou não, não passa de teatro. Antigamente os eleitos
faziam alguma coisa, havia uma espécie de “controle externo” do poder, certo
medo da massa, mas hodiernamente tudo é aceito com as bênçãos da omissão ou as
benesses da cumplicidade. A esperança não venceu o medo como à propaganda
enganosa divulgou, na verdade o medo matou a esperança. Foi ele, afinal, quem
venceu! E a desculpa de que somos pessimistas, não “cola” mais. Pois a meio
caminho da idade da pedra, que está se tornando nosso destino comum, o fato de
padecer do “mal da perceptibilidade” é o que nos leva, à maneira dos cordeiros,
transportar a dor em silêncio até o fim. Em algum ponto da história recente,
isso que chamam de política se desumanizou totalmente, restaram apenas os
interesses particulares de cada candidato a cargos públicos, eleitos ou não. Assim,
sob uma saraivada de bombas de “efeito moral”. Aos lustrosos não interessam os
partidos políticos, mas o caráter daqueles que adoram se desfraldar em
representar o interesse comum, mas, infelizmente, ignoram plenamente o
significado da ética! - alguém ainda poderá gritar: Salve-se quem puder!
Antônio Scarcela
Jorge.
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