segunda-feira, 24 de março de 2014

CONVENIÊNCIA ACIMA DE TUDO

 FHC AGORA DEFENDE CPI DA PETROBRAS
24.03.2014

Brasília. A quase seis meses das eleições, a compra da refinaria de Passadena, nos EUA, tornou-se a pauta da oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) decidiu apoiar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o negócio fechado pela Petrobras em 2006.

Aliados da presidente Dilma no Congresso Nacional criticaram ontem a mudança do discurso de FHC. Em nota divulgada ontem, ele afirmou que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), pré-candidato à Presidência, deve conduzir o tema em nome do PSDB.

A decisão foi tomada após a revelação de que a presidente admitiu que desconhecia detalhes do negócio, como uma cláusula que obrigava a estatal a comprar os 50% restantes da refinaria, se assim quisesse a sócia no empreendimento, a belga Astra.

"Os acontecimentos revelados pela imprensa sobre malfeitos na Petrobras são de tal gravidade que a própria titular da Presidência, arriscando-se a ser tomada como má gestora, preferiu abrir o jogo e reconhecer que foi dado um mau passo no caso da refinaria de Pasadena", disse Fernando Henrique.

"Embora, antes desse desdobramento eu tivesse declarado que a apuração poderia ser feita por mecanismos do Estado, creio que é o caso de ampliar a apuração", completou o tucano.

Aliados

A base aliada trabalhará para abortar a tentativa da oposição de instalar a CPI às vésperas das eleições. Liderados por Aécio, oposicionistas reúnem-se amanhã para decidir como trabalharão para criar a Comissão. Para aliados de Dilma, a oposição quer palanque com a CPI.

Um dos vice-presidentes do PT, o deputado federal André Vargas (PR), afirmou que não há um fato novo para justificar uma investigação parlamentar. Segundo Vargas, FHC, que sempre teve uma "postura mais equilibrada", agora faz "política". "A oposição está radicalizando o discurso porque não consegue emplacar seus candidatos", disse André Vargas.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), criticou a mudança de posição do ex-presidente. Conforme Braga, a oposição quer "politizar" e "partidarizar" a Petrobras.

Ele disse que o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) já investigam supostas denúncias de irregularidades envolvendo a estatal. O senador Eduardo Braga ressaltou que as conclusões da CPI serão encaminhadas para o próprio Ministério Público (MP).

Fonte: Agência Brasil.


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