A Secretaria de Segurança Pública
do Distrito Federal pretende abrir sindicância na próxima segunda-feira (17)
para investigar as condições em que o ex-ministro José Dirceu foi fotografado
dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena por
condenação no processo do mensalão. As fotos foram publicadas pela revista
Veja, mostrando um Dirceu bem mais magro e abatido, na biblioteca do presídio. A
Secretaria de Segurança afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que investigará
se houve participação de servidores na produção e vazamento das fotos. Os
detentos não podem ser fotografados. A suspeita inicial é de que as imagens
tenham sido feitas por uma micro câmera, cuja entrada no presídio pode ter
ocorrido por falha de segurança da Papuda.
Dirceu cumpre lá, desde novembro
do ano passado, a pena de 7 anos e 11 meses em regime semiaberto aplicada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). Além dele, outros condenados do mensalão estão
na Papuda. Entre eles o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-deputado João
Paulo Cunha e o operador do mensalão, Marcos Valério.
A reportagem da revista afirma
ainda que o ex-ministro da Casa Civil recebe tratamento diferenciado em relação
aos demais presos do complexo da Papuda. Dirceu receberia visitas de um
podólogo, alimentação diferente da dos demais internos e usufruiria de um
horário especial de visitas. A Secretaria de Segurança nega que o ex-ministro
receba privilégios.
No semiaberto, Dirceu tem direito
a circular pelas dependências da Papuda durante o dia e deve se recolher à cela
à noite, enquanto é aprovado um pedido de trabalho que o autorize a deixar o
presídio durante o dia. Já os presos sob o regime fechado não podem andar pelo
presídio livremente como os do semiaberto. Mas todos, incluindo o Dirceu, devem
ser atendidos sem as ''regalias'' mostradas pela revista.
Dirceu já foi acusado de
falar ao celular de dentro do presídio com o secretário da Indústria, Comércio
e Mineração do estado da Bahia, James Correia. A denúncia está sendo
investigada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal. Em
depoimento por videoconferência ao juiz Bruno Ribeiro esta semana, Dirceu negou
ter usado o celular na prisão.
A conclusão do inquérito é
esperada pela defesa do ex-ministro para que a VEP julgue o pedido de trabalho
externo que pode autorizar Dirceu a passar o dia fora da Papuda. Ele recebeu
uma proposta de emprego do escritório do advogado José Gerardo Grossi, que
pretende pagar salário de R$ 2,1 mil para o antigo Chefe da Casa Civil do
governo do ex-presidente Lula.
Fonte: Agência O
Estado.
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