COLUNA – OPINIÃO - IDÉIAS.
Boas intenções
De boas intenções o inferno anda
cheio, diz o dito popular. Assim, como o inferno, é a política.
São os políticos. Não todos
evidentemente. Mas o joio anda a sufocar o trigo, disso não há dúvida. E a
briga pelo poder não mede armas, vai da foice ao cutelo, e tem lugar em todos
os ambientes e espaços. Os estragos são visíveis para a moralidade pública. São
como dois países, divididos por uma cortina de fumaça: de um lado o povo, quase
sempre bestificado, para usar a expressão de Capistrano de Abreu, e do outro os
donos do poder ou pseudodonos, cada um defendendo uma parte maior da fatia do
bolo, do interminável bolo da divisão de cargos e de posições vantajosas.
É um tal de toma lá dá cá, capaz
de corar um frade de pedra. E tudo feito sob os mais pretensos e nobres
objetivos, onde se sobressai o incontrolável desejo de servir ao país e à sua
gente. Essa é a moldura do quadro da democracia brasileira, da República
brasileira, tantas vezes conspurcada pelos governos, ditadores ou não.
Democracia manchada por todos os pecados, entre os quais o poder econômico a
destorcer o real sentido da democracia e a verdadeira vontade do povo.
Esta a
razão pela qual é tão difícil promover no Brasil uma verdadeira reforma
política, pois fazê-lo é trazer o povo para a linha de frente, conferindo
autenticidade a pleitos aparentemente legítimos e representativos da vontade
popular. Enquanto na ribalta a violência criminal campeia, com uns matando os
outros, nos campos do poder, armados com trinchetes e outros instrumentos
infernais, a briga é indormidas e um vale-tudo pela obtenção de cargos.
Eduardo Fontes
Jornalista e
administrador
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