quarta-feira, 26 de março de 2014

ESCRITOR NOVARRUSSENSE JOÃO BATISTA PONTES

 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL BRASÍLIA CAPITAL.

NÃO À DITADURA DA VIOLÊNCIA


João Batista Pontes


Alguns pontos de ônibus de Brasília amanheceram esta semana pichados com a expressão: “não vai ter copa – RECC”. Ato inconsequente? Ou campanha organizada? Que gente é esta, que mais parece uma organização criminosa? Penso que se trata aqui de decisão de uma minoria, inteiramente desvinculada da vontade do povo brasileiro, senão vejamos: 1) a nossa índole é, foi e sempre será pacífica e hospitaleira. Temos enorme prazer em receber bem os “de fora”; 2) o futebol é uma “instituição” nacional de primeira mão, do povo brasileiro, que nos confere identidade e já contribuiu para a nossa projeção internacional. Portanto, nada há de estranho no fato de sermos sede de uma competição internacional de futebol; 3) elevados recursos, públicos e privados, já foram investidos na preparação do evento, estando tudo preparado para a “colheita” dos resultados; 5) o evento pode e vai contribuir para consolidar a nossa vocação natural para o turismo, setor que tem participado significativa e crescentemente da nossa economia; 6) o direito de manifestação, ínsito a uma sociedade democrática e pluralista, não pode obstar a que os outros exercitem o seu direito de escolha. E, sem dúvida, a maioria do povo brasileiro escolheu participar da copa. Neste contexto, a oposição à realização da copa por meio da violência, como quer essa minoria inconsciente e inconsequente, só servirá para nos causar danos irreparáveis, tanto à nossa liberdade de ir e vir, como à economia do País e à paz social. Sob todos os ângulos de análise, tais manifestações minoritárias somente podem nos trazer prejuízos, no curto, médio e longo prazo, funcionando, de forma marcante, como elemento inibidor do turismo, uma atividade que nos tem trazido e tem potencial para continuar a nos possibilitar enormes ganhos socioeconômicos.

Evidente que não se pode deixar de valorizar as manifestações contrárias à forma como foram organizados e realizados os preparativos para a copa; o dispêndio de vultosos recursos na preparação da infraestrutura, em detrimento dos investimentos no atendimento das necessidades básicas da sociedade brasileira; a má gestão e os eventuais desvios de recursos etc.

Aliás, temos que reconhecer que um dos grandes legados que o evento poderá nos deixar será o de ter despertado o povo brasileiro para a necessidade de maior participação nas decisões que envolvem os seus interesses e que isto exige um esforço de todos para melhor entender a complexa realidade política, econômica e social na qual estamos inseridos.

É fundamental que a sociedade continue a luta contra a corrupção; que persista nas reivindicações pela priorização dos investimentos governamentais na concretização de políticas públicas, adequadamente planejadas e executadas, voltadas ao atendimento das demandas sociais; que exija a apuração de irregularidades na gestão pública e responsabilização dos gestores corruptos. Mas tudo isto de forma pacífica, como quer a maioria do povo brasileiro. Não vamos nós, maioria, mais uma vez nos omitir e deixar que uma minoria inconsciente e inconsequente domine pela violência e venha nos causar danos irreparáveis. Unamos as nossas vozes contra a violência, de toda desnecessária no contexto democrático em que procuramos viver, no qual existem possibilidades de construirmos mais e mais canais de interlocução entre os diversos segmentos da sociedade e os governantes.

Também precisamos deixar claro que não aceitaremos que interesses politiqueiros, vinculados à luta do poder pelo poder, venham a se sobrepor aos interesses maiores do nossa sociedade.

*João Batista Pontes, novarrussenseEscritor - Geólogo – sociólogo - matemático – Consultor Legislativo inativo do Senado Federal - área Orçamento Público.
– bacharelando em direito.
– residente em Brasília DF. 






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