Integrantes da base aliada ao
governo no Congresso e do próprio governo intensificam nesta segunda-feira, 31,
articulações para tentar evitar a criação da CPI da Petrobras no Senado, cujo
requerimento de abertura tem leitura em plenário prevista para amanhã pelo
presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Apesar da previsão de leitura,
não há regimentalmente nenhum prazo estabelecido para que isso ocorra. Ou seja,
caso queira, Renan pode adiar a leitura em plenário. Segundo o Broadcast Político apurou, essa
possibilidade é uma aposta de integrantes do Palácio do Planalto que vêm
acompanhando de perto o desenrolar das discussões.
Antes mesmo de tomar posse como
ministro de Relações Institucionais, o deputado federal Ricardo Berzoini
(PT-SP) participa de uma série de reuniões nesta segunda-feira com aliados em
que o tema central será a criação da CPI. A posse do petista está prevista para
amanhã.
"Normalmente se estabelece
uma distorção do processo investigatório em uma CPI. Evidentemente fica uma
disputa entre oposição e base e um clima de instabilidade. Isso interessa
apenas à oposição e não à situação", afirmou Berzoini ao Broadcast
Político.
Senadores da bancada do PT também
vão se reunir nesta segunda-feira para discutir uma estratégia para tentar
esvaziar a CPI. "Vamos sentar pela manhã e à tarde para fazer uma
avaliação. Obviamente que a primeira alternativa nossa é não ter a CPI. A
segunda é ver como seria administrada a comissão e avaliar essa ideia de ter
uma CPI mais ampla", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
CPI ampla
A ampliação do tema que poderá
ser investigado pela CPI ainda não é consenso e pode até parar na Justiça, o
que levaria ao adiamento da criação da comissão por tempo indeterminado.
"A partir do momento que se judicializa não depende mais do mundo
político. Aí quem define o ritmo é quem estiver com a ação na mão. Mas não tem
nenhuma estratégia fechada. Vamos discutir nesta segunda-feira", afirmou
Berzoini.
"Essa questão do adendo
ainda não está pacificada. Quem decide é a Mesa do Senado, a Comissão de
Constituição e Justiça, e em última instância o Supremo Tribunal Federal",
considerou Humberto Costa.
Integrantes do governo e do PT
defendem que o foco da investigação seja ampliado e alcance também as denúncias
de formação de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo e Porto de
Suape, em Pernambuco. Em ambos os casos, os maiores prejudicados seriam
partidos de oposição como o PSDB e o PSB.
Incomodado com a possibilidade de
também ter Suape na lista de investigação dos congressistas, o governador de
Pernambuco e possível candidato à Presidência da República, Eduardo Campos
(PSB), teria ligado para parlamentares da base aliada informando que também
colocaria em discussão a investigação da Transpetro e da Eletrobrás,
controladas pelo PMDB.
Agenda positiva
Em meio à discussão da criação de
uma CPI, considerada como uma pauta negativa para o governo, o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentará por na Ordem do Dia votações
de cunho popular.
"Tem um esforço concentrado
que vamos fazer na semana do dia 7, segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Já
apelei à Câmara para isso, para fazer esse esforço concentrado em todos esses
dias para votar uma pauta remanescente que está aí desde outubro, como a regulamentação
de empregada doméstica, corrupção como crime hediondo, regras para as casas de
espetáculos, como foi o caso de Santa Maria, o projeto dos cinegrafistas,
reforma política", listou Alves.
Fonte: - Agência Brasil.
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