Em meio à crise com integrantes
da base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta
quinta-feira mudanças na composição da Esplanada dos Ministérios. A previsão é
de que a posse dos novos ministros ocorra na próxima segunda-feira, às 10h, em
cerimônia no Palácio do Planalto.
Em nota divulgada nesta
quinta-feira pela Secretaria de Comunicação foram confirmadas as seguintes
mudanças: o atual secretário de política Agrícola, Neri Geller, assume no lugar
do ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG). O assessor internacional
do SEBRAE, Vinícius Nobre Lages, assume a pasta do Turismo no lugar de Gastão
Vieira (PMDB-MA).
O vice-presidente de governo da
Caixa Econômica, Gilberto Occhi, passa a ocupar a vaga do ministro das Cidades,
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O atual presidente da Petrobras Biocombustível,
Miguel Rossetto, assume o comando do Ministério de Desenvolvimento Agrário no
lugar de Pepe Vargas (PT-RS). O ex-reitor da Universidade de Minas Gerais
Clélio Campolina Diniz ocupará o Ministério de Ciência e Tecnologia no lugar de
Marco Antônio Raupp. O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) assume o Ministério da
Pesca no lugar de Marcelo Crivella (PRB).
Os ministros que desembarcam da
Esplanada ficam livres para iniciar pré-campanha para disputar as próximas
eleições de outubro. A dança das cadeiras anunciada pela presidente Dilma
ocorre num momento em que se estabeleceu uma crise com integrantes da base
aliada no Congresso que se queixam de falta de espaços no governo e de atrasos
na liberação de emendas para tentarem atender aos pleitos das bases eleitorais
nos Estados.
Com a divulgação dos novos
ministros, Dilma tenta desarmar o espírito beligerante de parte dos aliados.
Avisados de que seriam atendidos na reforma ministerial, o PP e mais
recentemente o PROS anunciaram que não farão parte do blocão da Câmara,
composto por partidos descontentes com o Palácio do Planalto.
O bloco, capitaneado pelo líder
do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), impôs nos dois últimos dias uma série de
derrotas ao governo com a aprovação de propostas que desagradam o Planalto,
como os convites e convocações a ministros e à presidente da Petrobras, Graça
Foster, para prestar esclarecimentos no Congresso. Detentores da indicação para
Agricultura e Turismo, os deputados do PMDB alegam que não foram ouvidos por
Dilma.
Apesar das queixas dos deputados,
integrantes da cúpula do partido saíram em campo nesta quinta-feira em defesa
do fim do grupo. "O PMDB é um partido da base e não é compreensível, até
para opinião pública do País, ver um partido que tem a vice-presidência da
República, a presidência do Senado e da Câmara e possa estar na oposição. Isso
é uma incoerência", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp
(RO), após participar de evento no Palácio do Planalto em que a presidente
Dilma anunciou novos investimentos do PAC Mobilidade em seis Estados e no DF.
Questionado se o discurso era um recado direto da cúpula para a extinção do
blocão, Raupp respondeu: "Esse pedido estamos fazendo há muito tempo, para
que o PMDB volte à base. É um pedido que fazemos todos os dias para que a gente
possa refletir e possa voltar a conversar".
Fonte: Estadão.
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