Em meio à crise com integrantes
da base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta
quinta-feira mudanças na composição da Esplanada dos Ministérios. A previsão é
de que a posse dos novos ministros ocorra na próxima segunda-feira, às 10h, em
cerimônia no Palácio do Planalto.
Em nota divulgada nesta
quinta-feira pela Secretaria de Comunicação foram confirmadas as seguintes
mudanças: o atual secretário de política Agrícola, Neri Geller, assume no lugar
do ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG). O assessor internacional
do SEBRAE, Vinícius Nobre Lages, assume a pasta do Turismo no lugar de Gastão
Vieira (PMDB-MA).
O vice-presidente de governo da
Caixa Econômica, Gilberto Occhi, passa a ocupar a vaga do ministro das Cidades,
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O atual presidente da Petrobras Biocombustível,
Miguel Rossetto, assume o comando do Ministério de Desenvolvimento Agrário no
lugar de Pepe Vargas (PT-RS). O ex-reitor da Universidade de Minas Gerais
Clélio Campolina Diniz ocupará o Ministério de Ciência e Tecnologia no lugar de
Marco Antônio Raupp. O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) assume o Ministério da
Pesca no lugar de Marcelo Crivella (PRB).

Com a divulgação dos novos
ministros, Dilma tenta desarmar o espírito beligerante de parte dos aliados.
Avisados de que seriam atendidos na reforma ministerial, o PP e mais
recentemente o PROS anunciaram que não farão parte do blocão da Câmara,
composto por partidos descontentes com o Palácio do Planalto.
O bloco, capitaneado pelo líder
do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), impôs nos dois últimos dias uma série de
derrotas ao governo com a aprovação de propostas que desagradam o Planalto,
como os convites e convocações a ministros e à presidente da Petrobras, Graça
Foster, para prestar esclarecimentos no Congresso. Detentores da indicação para
Agricultura e Turismo, os deputados do PMDB alegam que não foram ouvidos por
Dilma.
Apesar das queixas dos deputados,
integrantes da cúpula do partido saíram em campo nesta quinta-feira em defesa
do fim do grupo. "O PMDB é um partido da base e não é compreensível, até
para opinião pública do País, ver um partido que tem a vice-presidência da
República, a presidência do Senado e da Câmara e possa estar na oposição. Isso
é uma incoerência", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp
(RO), após participar de evento no Palácio do Planalto em que a presidente
Dilma anunciou novos investimentos do PAC Mobilidade em seis Estados e no DF.
Questionado se o discurso era um recado direto da cúpula para a extinção do
blocão, Raupp respondeu: "Esse pedido estamos fazendo há muito tempo, para
que o PMDB volte à base. É um pedido que fazemos todos os dias para que a gente
possa refletir e possa voltar a conversar".
Fonte: Estadão.
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