SÃO PAULO - O Conselho Nacional
do Café (CNC) alertou nesta sexta-feira que a seca severa e o tempo quente no
início do ano, nas principais regiões produtoras do país, levará a uma
substancial redução da colheita do Brasil em 2014 e em 2015.
A afirmação da entidade que
representa os produtores no Brasil foi feita após o café arábica, negociado em
Nova York, registrar na quinta-feira baixa de 7 por cento, a maior queda diária
em três anos, em função de chuvas previstas para as áreas cafeeiras
brasileiras.
Nesta sexta-feira, o contrato
maio operava em leve baixa, a 1,7305 dólares por libra-peso, às 12h10 (horário
de Brasília).
"O que podemos antecipar é
que haverá redução substantiva na colheita, tanto em 2014, quanto em 2015, mas
ainda é prematuro quantificá-la", afirmou o CNC.
A entidade disse ainda que não
passará informações para o mercado sem um levantamento seguro, e espera ter
informações precisas sobre perdas em abril.
O CNC afirmou que a não cometerá
"a irresponsabilidade de tomar uma região como exemplo e prognosticar o
observado nela como uma situação geral, tendo em conta que o veranico teve
incidências diferentes no cinturão produtor."
Mas destacou que a safra será
inferior ao volume estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no
início de janeiro, antes de as lavouras serem atingidas pela seca.
A safra brasileira em café em
2014 foi estimada em média pela Conab em 48,34 milhões de sacas de 60 kg, no
que já poderia ser uma queda ante 2013, com redução de investimentos pelos
cafeicultores após preços baixos no ano passado.
Com a seca no maior produtor
global, o café se recuperou fortemente em 2014, atingindo uma máxima recente de
dois anos, antes de recuar com as previsões de chuvas.
"O mercado climático
continua ditando a tendência e a aproximação de chuvas mais generalizadas sobre
a região Sudeste do Brasil pressiona os preços futuros", disse o CNC.
O conselho dos produtores
reafirmou que o veranico já causou danos irreversíveis em muitas lavouras
cafeeiras. "Há limite para essa queda. Até a divulgação de dados
consistentes sobre a quebra da safra, o mercado deve continuar volátil."
Fonte: Agência Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário