domingo, 23 de março de 2014

DEBATES E IDÉIAS

Ano eleitoral histórico

O ano eleitoral de 2014 se apresenta como histórico para a Justiça brasileira, seja no amplo processo das escolhas populares visando às eleições de nossos representantes, como das questões em debate em torno da reforma política de cunho nacional.

O ministro Marco Aurélio, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou ser inadiável o Tribunal possuir um corpo permanente de integrantes. Não se justifica os ministros servirem a dois tribunais simultaneamente, atuando no Eleitoral, após o expediente normal.

O ministro ressaltou que uma estrutura permanente e fixa na Corte Eleitoral traria a celeridade no julgamento dos casos e a segurança sobre a composição do Tribunal. Deixou claro está sendo prejudicial e nociva a sobrecarga dos trabalhos imposta aos senhores magistrados.

O Conselho Federal da OAB ingressou no Supremo com ação direta de inconstitucionalidade, questionando dispositivos da Lei das Eleições e da Lei Orgânica dos Partidos Políticos sobre a sistemática das doações de pessoas físicas e jurídicas nas campanhas eleitorais ou a partidos políticos. O processo eleitoral precisa garantir campanhas livres e equânimes, assegurando os ideários republicano e da soberania popular. A influência do poder econômico e o abuso do exercício do poder político afrontam às regras das disputas democráticas.

Os senhores ministros em seus pronunciamentos revelam concepções diferentes sobre o grau de atuação do Judiciário. Alguns defendem o protagonismo, o ativismo judicial outros sustentam a idéia da intervenção mínima de participação judicial.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Renato Nalini, lembra as limitações dos três clássicos Poderes da República e diz não existir ativismo, senão excessiva provocação da Justiça. O ministro do Supremo Roberto Barroso declara com brilhantismo "ser preciso uma vanguarda iluminista que empurre a história, mas que não se embriague desta possibilidade, pois as vanguardas também são perigosas quando se tornam pretensiosas".

Paschoal Savastano

Advogado.

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