A oposição na Câmara dos
Deputados vai pedir acesso ao parecer que embasou o voto favorável da
presidente Dilma Rousseff à compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no
Texas (EUA), pela Petrobras. Com discursos inflamados da tribuna da Casa, os
deputados defenderam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para apurar o negócio que acabou custando US$ 1,18 bilhão à estatal e está sob
investigação. "Mais do que nunca precisamos de uma CPI", defendeu o
líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Conforme revelação do jornal O Estado de S.Paulo, em 2006 a então
ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da
Petrobras apoiou a medida porque recebeu "informações incompletas" de
um parecer "técnica e juridicamente falho". A aquisição da refinaria
já é investigada pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Ministério
Público e o Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.
"Está cheirando mal, muito mal esse negócio", declarou Bueno,
acusando o governo de "esconder" a informação.
Os tucanos defendem que a
Comissão Externa criada para acompanhar as investigações sobre suposto
pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM
Offshore apure também a compra da refinaria de Pasadena. "Um escândalo
desse porte cabe em qualquer investigação", afirmou o líder do PSDB,
Antonio Imbassahy (BA). Para o líder tucano, denúncias de corrupção e
malversação de recursos públicos devem ser objeto de apuração dos deputados.
O líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu o discurso da oposição, que acusou a
presidente Dilma de participar de "negociata". O petista elogiou a
"honestidade intelectual" da presidente no caso e desafiou os
deputados que farão parte da Comissão Externa a irem além do que as autoridades
brasileiras já estão investigando. "Você acha que essa comissão vai fazer
melhor que a Polícia Federal? Eles vão fazer o que na Holanda?", provocou.
Fonte: Agência Brasil.
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