Ceará é um dos focos de
tensão entre PMDB e PT
Bate-boca
entre líderes nacionais pode culminar com reavaliação da coligação - o que
impactaria nos Estado.
Principal porta-voz dos
governistas insatisfeitos com o Planalto, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha
(RJ), afirmou que os problemas nas alianças estaduais com o PT não estão
restritos ao Rio de Janeiro. “Ledo engano, acharem que essa discussão da
aliança está restrita aos problemas do Rio. A coisa é muito mais complexa”,
afirmou o líder, pelo Twitter.
Os principais focos de tensão
estão nas montagens das candidaturas estaduais, especialmente no Rio e Ceará,
mas há reclamações na Bahia, Maranhão, Paraná e outros redutos eleitorais.
Os insatisfeitos somam mais de
50% dos 742 votos da convenção do PMDB, que pode ser antecipada para o fim do
mês para pressionar o governo. O Rio de Janeiro reúne 74 votos; Maranhão e
Amapá de Sarney, 50 votos; Ceará de Eunício, 51 votos; Bahia de Geddel, 28
votos; Paraná de Requião, 52 votos.
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral
da Presidência) afirmou que o PMDB é um partido com relação “tensa” com o
governo e com posições “diferentes”, “divergentes” e “conflitantes”. Mas diz
apostar na continuidade da aliança.
A confiança de Carvalho se deve
principalmente ao vice, Michel Temer (PMDB). “O PMDB não é um aliado, ele é um coparticipe
do governo, ele tem o vice-presidente Michel Temer, que, aliás, tem
desempenhado um papel muito importante pra nós.”
A crise começou após o jornal “O
Dia” informar que o presidente do PT Nacional, Rui Falcão, atribuiu a ameaça de
peemedebistas em apoiar o senador Aécio Neves (PSDB) aos pedidos de cargo pelos
peemedebistas.
Em resposta, Cunha defendeu que o
PMDB antecipe sua convenção e não apoie a reeleição da presidente. Segundo o
líder do PMDB na Câmara, a sigla “não é respeitada pelo PT”.
A insatisfação foi um dos temas
discutidos ontem entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Segundo interlocutores de Lula, o ex-presidente avalia
que Dilma não está sendo hábil na relação.
“Pilantra”
Cunha rebateu o presidente do PT
do Rio, Washington Quaquá, que o criticou, afirmando que ele faz parte “banda
podre” do PMDB. O líder do PMDB na Câmara afirmou que o petista é um
“pilantra”.
O líder do PT na Câmara,
Vicentinho (SP), reforçou a troca de ataques. O petista cobrou lealdade dos
aliados afirmando que “nenhum partido da base do governo pode ter duas caras”.
Fonte: (com agências de notícias)
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