COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.“GASTANÇAS E LAMBANÇAS”.
Nobres:
Em nosso país, o povo não está aí sobre crises, O
ROUBA BRASIL, o segmento majoritário da população coloca-se como prioridade o
carnaval e outras festas promovidas em praça pública genericamente em todos os
municípios, grandes e pequenos promovidos por políticos com a “chancela” da Petrobras,
governo do Estado e prefeitos, usando da milenar premissa “dê festa para o
povo” que pensa que esta gratuidade é revestida pelo bolso dos “foliões” na
conta dos impostos. Nem estão preocupados que o país das maravilhas e da
ladroice vai decorrendo as maravilhas! Objetivamente neste contexto, setores
dos governos, em todos os níveis, estão alheios à recessão que encolheu a
economia brasileira em 1,9% no segundo trimestre. É constrangedor, quando se
constata que a crise atinge a todos, que o setor público se apresente como
exceção, quando deveria dar o exemplo à sociedade. Dados do IBGE mostram que
União, Estados e municípios aumentaram seus gastos em 0,7% entre abril e junho.
Parece pouco, mas é muito se o número for confrontado com o tamanho da
retração. Não há como considerar razoável, sob quaisquer argumentos, que os
governos continuem gastando como se o ambiente fosse de normalidade. Os gastos
são de despesas correntes, de manutenção da máquina pública, que os governos
decidiram não controlar como deveriam, apesar dos apelos que a própria União
faz pela austeridade. É contraditório que um governo preocupado com o ajuste
fiscal, que chega a ameaçar os contribuintes com a possibilidade de aumento de
impostos, não reduza suas despesas. Cria-se um cenário conflitante com a
realidade das famílias, que reduziram o consumo em 2,1% no segundo trimestre, e
das indústrias, que retraíram investimentos em 4,3% no período, enquanto o
desemprego continua crescendo. O governo federal tem atribuído as despesas às
dificuldades para aprovar as medidas que determinariam o equilíbrio de
arrecadação e despesa. Pode até ser que tal fator contribua para a situação
registrada pelo IBGE, mas certamente não é essa a causa determinante do descompasso
entre o Brasil que fica mais pobre e governos que continuam gastando como se
nada de anormal estivesse acontecendo. É falta de responsabilidade.
Antônio
Scarcela Jorge.
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