DILMA ENCONTRA RESISTÊNCIA NA BASE ALIADA.
Em
busca de diálogo e apoio político, a presidente Dilma Rousseff tem uma semana
de reuniões com deputados, senadores e governadores com o intuito de aprovar as
medidas que ajustam os cofres públicos.
O saldo da reunião entre a presidente Dilma Rousseff,
ministros e líderes partidários da base aliada, realizada ontem em Brasília,
não é animador. Após reunião com governadores, na segunda-feira, Dilma buscou
apoio dos parlamentares para a aprovação das medidas que pretendem ajustar os
cofres públicos. Líder do Pros na Câmara, o deputado Domingos Neto confessou
que será “difícil” aprovar a CPMF.
O parlamentar destacou que deputados cobraram da
presidente a definição quanto às distribuições de cargo no segundo e terceiro
escalão. Líderes também se mostraram insatisfeitos com a vinculação das emendas
parlamentares ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Na reunião, o líder da bancada do PMDB, Leonardo
Picciani (RJ), disse ser politicamente inviável convencer os deputados a deixar
de beneficiar seus redutos eleitorais para direcionar recursos para grandes
obras do PAC.
De acordo com o líder do PTB, Jovahir Arantes (GO),
seu partido irá apresentar à Dilma proposta de renegociação de grandes débitos
que o governo tem a receber como forma de engordar o caixa. Houve clima tenso
quando o deputado Rogério Ross (DF), líder da bancada do PSD, sugeriu que o
ministro Joaquim Levy tirasse férias para ser substituído por alguém de cunho
“desenvolvimentista”. O ministro teria respondido que a culpa pela perda do
selo de bom pagador do Brasil seria do Congresso. Senadores também endossaram a
fala de deputados afirmando ser “difícil” a aprovação do pacote fiscal no
Senado.
Após a reunião, o líder do governo, deputado José
Guimarães (PT/CE), afirmou que o governo está cortando na própria carne e que
há uma busca pelo diálogo. Apesar das cobranças, líderes do PMDB, PCdoB, PP,
PSD e Pros assinaram ontem manifesto em defesa do mandato da presidente Dilma
Rousseff. Um novo encontro entre líderes e Dilma foi agendado para amanhã.
Para além dos líderes partidários, o deputado Danilo
Forte (PSB/CE) criticou o governo afirmando que a presidente pode cortar mais.
Já Raimundo Matos (PSDB/CE) garantiu que deve se posicionar contra as medidas.
Também defendeu maiores cortes. Para o petista José Airton, o imposto é justo.
“Quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos”. Ele defendeu a
necessidade de mais recursos para o governo.
O governador Camilo Santana (PT) afirmou que o governo
federal está “cortando na própria carne” e que apresentou “uma série de medidas
para ajustar as contas” que necessariamente não são apenas aumento de impostos.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), pediu
cautela quanto ao percentual. “O aumento só deve vir a ser apoiada por nós caso
haja objetivamente ganhos na qualidade dos serviços públicos e não apenas para
tapar buraco”.
Fonte: Agência Brasil.
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