ALCKMIN NEGA APOIO À PROPOSTA DA CPMF E DEFENDE CRESCIMENTO DO PAÍS.
Geraldo Alckmin participou de evento de agronegócios em Campinas, SP.
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se mostrou contrário à
proposta da CPMF do governo federal neste sábado (19), durante um evento de
agronegócios em Campinas (SP). Para Alckmin, o governo precisa ser reduzido, o
Brasil precisa crescer e aumentar a carga tributária é uma solução equivocada.
“Não
vai contar com nosso apoio. Nós entendemos que, neste momento, é preciso diminuir
o tamanho do governo. – “É preciso ter foco no desenvolvimento. – “Eu vejo que
há um foco equivocado. E uma solução ainda mais equivocada, que é aumentar a
carga tributária”, diz.
Após
participar do Fórum Nacional de Agronegócios em um hotel de Campinas, evento
promovido por líderes empresariais do setor, o governador de SP justificou a
decisão de não apoiar a medida tributária com exemplos de mudanças que fez,
durante o seu mandato, para economizar. Entre eles, o fechamento de uma
secretaria que tratava de assuntos metropolitanos, três fundações e anunciou o
encerramento dos trabalhos também na Fundação do Desenvolvimento Administrativo
(Fundap).
O
fórum discutiu questões sobre o agronegócio no país e também a exportação.
Estiveram presentes o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes,
que criticou a OAB-, além dos ministros Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e
Inovação e Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário. Ao falar de alternativas
para melhorar a arrecadação, Alckmin também destacou que o governo do estado se
desfez de um avião a jato e um helicóptero bi turbina, cortou cargos
comissionados e reduziu gastos com aluguéis e horas extras. "Temos uma
meta de redução de custeio para cada setor do governo", afirma.
Ao
criticar o posicionamento do governo federal diante da crise econômica do país,
ressaltou que há um "inchaço" em Brasília (DF).
"Nós
temos no Brasil governo demais e PIB de menos. Não Cabe. Aí, como não cabe,
qual é a tentação? Aumentar imposto, pra poder equilibrar as contas. Num
momento de recessão só vai agravar a crise. Claro que, em momentos
excepcionais, isso até pode ser necessário, mas primeiro o esforço tem que ser
de redução de despesa, especialmente custeio, pra poder ter dinheiro para
investimento".
A
aceleração do crescimento do país foi colocada por ele como solução para
resolver o problema do ajuste fiscal. "Se não crescer o Brasil, ajuste
fiscal não funciona. Porque a arrecadação, ela cai mais. Você perde arrecadação
por retração da atividade econômica, não vende carro, computador, geladeira,
fogão e perde pela inadimplência. Você agrava a situação fiscal".
A
medida faz parte do anúncio de R$ 64,9 bilhões para equilibrar as contas
públicas em 2016. O imposto deve gerar uma receita de R$ 32 bilhões aos cofres
federais.
Perspectivas econômicas
para 2016.
Também
neste sábado, o governador passou pela região de São Carlos (SP), nas cidades
de Gavião Peixoto (SP), onde inaugurou uma creche com capacidade para 130
crianças, e por Motuca (SP), onde assinou um convênio para obras de
recapeamento e comentou suas expectativas para 2016. “Eu acho que vai melhorar.
No ano que vem, a inflação vai despencar. Hoje está em 9%, vai cair para
5%", afirma.
Segundo
Alckmin, a causa da inflação este ano foi o aumento do custo da energia
elétrica e também da alta do dólar. "Não tem mais como subir, já está lá
no teto. Se chover, ela vai cair o preço. Cair o preço da energia porque
desliga as termoelétricas e usa a hidrelétrica, que é mais barata. Isso reflete
em tudo. No pão, na fábrica, tudo. Qual a outra causa de inflação? É dólar. Não
tem como subir mais, já chegou em R$ 4. Qualquer desses produtos aí tem dólar
embutido, então sobe o dólar, sobe a inflação".
O
governador acredita que, com esse cenário, a exportação aumenta e o país deverá
ter "um grande saldo da balança comercial". "Também não há razão
para desvalorizar mais o real. Pelo contrário, com esse câmbio, vai aumentar
muito a exportação e vai cair importação, então vai ter um grande saldo da
balança comercial, vai sobrar dólar. Sobrando dólar, também não tem razão para
cair, para aumentar mais. Então, as duas grandes causas de inflação não devem
ocorrer no ano que vem", explica.
A
economia precisa ser ativada, segundo ele, com a criação de empregos, liberação
de crédito e exportação. "Construção civil é muito emprego. Você faz obra,
todo mundo trabalha. E exportação. Abrir uma avenida para o Brasil retomar a
exportação de produtos e também não precisar importar tanto", completou.
A
expectativa positiva, porém, não deve levar a gastos desnecessários, segundo o
governador. "Então, vai melhorar, mas, por cautela, é bom todos os
prefeitos aí não saírem gastando porque senão, senão terão dificuldade, né?
Então, ser bastante austero aí e a população também entender que é um momento
de dificuldade, tem que dar um ajuste aí no cinto para poder avançar”.
Fonte: Agência Estadão.
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