quinta-feira, 10 de setembro de 2015

SITUAÇÃO DO BRASIL - PERDEU A CREDIBILIDADE INTERNACIONAL

 BRASIL PERDE NOTA DE INVESTIMENTO DA AGÊNCIA STANDARD AND POOR'S.

Crise política e preocupação com o orçamento de 2016 são justificativas.

País recebeu mesma nota que Bulgária, Indonésia, Turquia e Rússia.


Depois do fechamento do mercado financeiro na quarta-feira (09), o Brasil perdeu a nota de investimento na Standard and Poor's, uma das principais agências de classificação de risco. O país agora integra o grupo de nações que oferece risco de calote aos investidores. A crise política e a preocupação com o orçamento do próximo ano são as justificativas da agência para retirar do Brasil o selo de bom pagador.

O rebaixamento surpreendeu, pois há apenas seis semanas a agência havia feito a última revisão na nota do Brasil. O país agora se junta ao clube da Bulgária, Indonésia, Turquia e Rússia, que receberam a mesma nota (BB+).

A nota da agência cita a dinâmica política fluida, inclusive uma maior perda de coesão dentro do gabinete ministerial da presidente, como uma das principais causas do rebaixamento. Mas o último parágrafo tem um tom otimista, que surpreende. A perspectiva negativa poderá ser revista se houver uma melhora nas incertezas políticas e consistência na execução da política econômica. Neste caso, conclui a nota, poderá acontecer uma rápida virada que ajudará o Brasil a sair da atual recessão. Nem tudo está perdido.

Nem bem foi anunciado o rebaixamento da nota de investimento do Brasil, o clima esquentou em Brasília. O anúncio dominou as conversas na Câmara dos Deputados e no Senado. A nota coincide com o clima pesado em que o governo mandou para o Congresso uma peça orçamentária com o rombo previsto que passa dos R$ 30 bilhões.

O debate de alternativas para compensar o déficit, como a volta do imposto do cheque, o aumento da contribuição sobre os combustíveis e também a criação de novas alíquotas do Imposto de Renda, botaram mais lenha na fervura política.

“Mesmo com esse rebaixamento, o Brasil ainda mantém um alto grau de investimento. Se compararmos o grau de investimento externo no Brasil de Dilma, mesmo com o Lula e com o governo FHC, é muito superior”, disse o deputado José Guimarães (PT/CE), líder do governo na Câmara.

“Foi mais cedo do que todos nós esperávamos. Isso mostra que o quadro da crise é mais grave do que nós imaginávamos na percepção do mercado internacional. Em 2008, em abril, o presidente Lula festejava o grau de investimento dizendo que era o sinal de respeito que o Brasil tinha. E agora é o que?”, perguntou o deputado Bruno Araújo (PSDB/CE), líder da minoria na Câmara.

Para se ter uma idéia do clima em Brasília, o ministro do Planejamento Nelson Barbosa tinha marcado uma reunião com líderes da base aliada para discutir economia, orçamento e contas do governo. A reunião foi adiada, porque o ministro foi convocado para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. O governo procura uma saída rápida.
Fonte: BBC – INTERN. - Nova York, EUA / Brasília, DF.

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