CUNHA CHAMA DEBATE SOBRE IMPOSTOS DE 'FALTA DE INTELIGÊNCIA
INOMINÁVEL'
Setores do governo têm ventilado
propostas para equilibrar o Orçamento.
Líder do PMDB acusou o Palácio do Planalto de lançar 'balões de ensaio'.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira (9) que o governo
está “se autodestruindo” e faz “o mal aos poucos” ao sinalizar, sem dar nenhuma
indicação concreta, que poderá aumentar impostos para conter a crise
financeira.
Nas últimas semanas, diferentes setores do governo
defenderam propostas diversas, como a volta da CPMF e o aumento do Imposto de
Renda ou Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que é um
tributo cobrado sobre a venda de combustíveis mas nenhuma foi encampada
oficialmente pelo Palácio do Planalto.
No fim de agosto, o Executivo enviou ao Congresso uma
proposta de Orçamento para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões. A medida teve
repercussão negativa no mercado financeiro e, desde então, o governo tem
buscado soluções, que tem batido de frente com o Congresso, que tende a
reprovar propostas que elevem tributos. Cunha já disse que cabe ao governo
indicar onde poderá cortar gastos.
“Acho que é uma estratégia de desgaste do governo.
Eles [governo] estão se autodestruindo, porque você está fazendo Maquiavel ao
contrário, está fazendo o mal aos poucos e o que é pior: sem concretizá-lo.
Você ameaça o mal. Então, é de uma falta de inteligência inominável. Só pode
ser uma estratégia contra o governo. Se isso é uma estratégia de lançar balão
de ensaio, é contra ele mesmo”, afirmou Cunha
Na avaliação do líder do PMDB na Câmara, Leonardo
Picciani (RJ), o governo lança “balões de ensaio” para testar quais propostas
de aumento de imposto serão aceitas pelo Congresso Nacional.
“Não dá para, a cada momento, trabalhar com balão de
ensaio, porque hoje se discute CPMF, amanhã se discute imposto de renda, no dia
seguinte, se discute Cide, amanhã ou depois se discute outro tributo. É preciso
uma coisa clara. É preciso que se aponte para dizer: ‘olha, nós vamos seguir
esse caminho, nós vamos buscar essa solução’”, criticou Picciani.
Ele ressaltou que o PMDB não concorda com aumento de
tributos e que o consenso no partido é de que o governo deve focar no corte de
despesas e na reforma da previdência. Segundo Picciani, esse entendimento foi
reforçado no jantar realizado pelo vice-presidente da República, Michel Temer,
com governadores e ministros peemedebistas nesta terça (8).
“É necessário cortar despesas, diminuir o tamanho da
máquina pública. E é preciso fazer uma reforma da previdência”, destacou.
Fonte: Agência O Globo. – G1 Brasília.
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