Lula e Pezão aconselharam a presidente a atender aos pedidos do partido.
Sigla comandará o Ministério da Saúde, dono do maior orçamento do governo.
Para atender às reivindicações do vice-presidente
Michel Temer e da bancada do PMDB na Câmara, a presidente Dilma Rousseff deve
entregar ao seu principal aliado sete ministérios na reforma administrativa que
deve ser anunciada nos próximos dias. Entre as pastas que devem passar para o
comando dos peemedebistas está o cobiçado Ministério da Saúde, dono do maior
orçamento da Esplanada dos Ministérios.
Na tentativa de se reaproximar dos deputados do PMDB,
Dilma ofereceu dois ministérios à bancada peemedebista. Além da Saúde, a
petista sinalizou que um deputado do partido iria chefiar o Ministério da
Infraestrutura, pasta que seria criada com a fusão de Transportes, Portos e
Aviação Civil.
No entanto, o vice-presidente Michel Temer pretendia
emplacar na vaga o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil). Para não entrar em
atrito com o vice, Dilma desistiu da fusão das pastas de infraestrutura e
sinalizou que manteria Padilha na Esplanada dos Ministérios.
Na reestruturação do primeiro escalão, a presidente
também prometeu aos senadores do PMDB o comando de dois ministérios. Porém, a
petista sofreu pressões para manter no governo os ministros Henrique Eduardo
Alves (Turismo) e Hélder Barbalho (Secretaria da Pesca), filho do senador Jader
Barbalho (PMDB-PA).
Apesar de, oficialmente, os principais caciques do
PMDB afirmarem que abriam mão de indicar nomes para a reforma ministerial, nos
bastidores a queda de braços entre os grupos políticos peemedebistas gerou um
impasse que inviabilizou o anúncio das mudanças na semana passada. Com isso,
Dilma viajou para os Estados Unidos na última quinta-feira (24) sem definir as
mudanças no primeiro escalão. Inicialmente, a presidente da República pretendia
dar seis ministérios ao PMDB, mas, para evitar uma nova crise com o aliado, ela
concordou em ampliar o espaço da legenda para sete pastas.
Segundo o que
se apurou, foram o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio de Janeiro Luiz
Fernando Pezão (PMDB-RJ) que aconselharam a presidente a não se ater à promessa
anunciada anteriormente de cortar 10 ministérios. Eles disseram que seria
melhor cortar, por exemplo, nove ministérios e atender às demandas do PMDB.
A expectativa é de que Dilma escolha dois nomes da
bancada do PMDB na Câmara para o Ministério da Saúde e a Secretaria de Portos,
que continuará com status de ministério. Ficarão nos cargos, como indicação da
bancada do partido no Senado, a ministra Kátia Abreu (Agricultura), e Eduardo
Braga (Minas e Energia).
Para atender às reivindicações de Jáder Barbalho, (já foi preso de algemado, < (foto) - exemplo de honestidade do político generalizadamente aliado ao governo - raríssima exceção) o atual
ministro da Pesca, Helder Barbalho, iria para a Aviação Civil. Já Eliseu
Padilha, que hoje ocupa a Aviação Civil, iria para outro ministério, ainda não
definido. Henrique Eduardo Alves continuaria à frente de uma pasta ligada ao
Turismo.
Segundo líderes partidários ouvidos pelo G1,
o Planalto deixou de “sobreaviso” as pessoas indicadas pelas bancadas das
legendas na Câmara e no Senado. Eles poderão ser chamados para uma conversa
ainda nesta terça e o anúncio oficial pode sair nesta quarta (30)
Fonte: Agência O Globo.
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